São Paulo, terça-feira, 25 de novembro de 2008

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Bancos lucram mais que todos os outros setores somados

Ganhos de empresas financeiras foram de R$ 6,926 bilhões no terceiro trimestre, contra R$ 6,009 bilhões das demais

Instituições financeiras se beneficiaram com aumento do crédito, enquanto o setor de papel e celulose perdeu com despesas financeiras

DENYSE GODOY
DA REPORTAGEM LOCAL

O lucro dos bancos brasileiros superou, no terceiro trimestre, o das empresas de todos os outros setores reunidos. Segundo levantamento da consultoria Economática, os ganhos das companhias abertas do setor financeiro alcançaram R$ 6,926 bilhões de julho a setembro, enquanto os das demais somaram R$ 6,009 bilhões. Da pesquisa, foram excluídas a Vale, a Petrobras e a Eletrobras, que, pelos seus tamanhos, distorcem o cálculo.
Os resultados do terceiro trimestre refletem o bom momento vivido pelos bancos e as dificuldades pelas quais passaram alguns segmentos.
"As instituições financeiras foram beneficiadas pelo notável crescimento do crédito no país. Houve melhoria na eficiência e cresceram as receitas nas áreas de seguros, previdência privada e capitalização", afirma Kelly Trentin, analista da corretora SLW.
As perspectivas continuam positivas para os bancos, apesar da crise internacional, que dificulta a captação de recursos no exterior e deixa o setor com mais receio de emprestar dinheiro a empresas e consumidores no mercado interno.
"Percebe-se uma desaceleração no ritmo de crescimento das carteiras de crédito", diz Trentin. "De 20% a 30% neste ano a elevação deve ficar mais perto de 15% em 2009. Considerando que a porcentagem é sobre uma base forte, trata-se de um ótimo resultado."

Preocupação
Somente a inadimplência pode vir a se tornar uma fonte de preocupação para as instituições. "É bom ficar atento."
As empresas de papel e celulose pressionaram o resultado do segmento não-financeiro no terceiro trimestre, com prejuízo de R$ 2,663 bilhões.
Entre elas, destaca-se a Aracruz, que perdeu aproximadamente R$ 2 bilhões com operações de derivativos cambiais -a companhia apostava que o dólar não ficaria acima de R$ 1,70, porém a moeda disparou.
As demais -Suzano, VCP, Klabin, Melhoramentos e Melpaper- também tiveram grandes despesas com juros e câmbio, pois estavam no meio de um processo de investimento em novos projetos que exigiram delas novas dívidas.


Texto Anterior: Aracruz: Ex-diretor deve ser processado por acionistas
Próximo Texto: Reino Unido vai ter pacote de estímulo à economia de US$ 30 bi
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.