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Bancos lucram mais que todos os outros setores somados
Ganhos de empresas financeiras foram de R$ 6,926 bilhões no terceiro trimestre, contra R$ 6,009 bilhões das demais
Instituições financeiras se beneficiaram com aumento do crédito, enquanto o setor de papel e celulose perdeu com despesas financeiras
DENYSE GODOY
DA REPORTAGEM LOCAL
O lucro dos bancos brasileiros superou, no terceiro trimestre, o das empresas de todos os outros setores reunidos.
Segundo levantamento da consultoria Economática, os ganhos das companhias abertas
do setor financeiro alcançaram
R$ 6,926 bilhões de julho a setembro, enquanto os das demais somaram R$ 6,009 bilhões. Da pesquisa, foram excluídas a Vale, a Petrobras e a
Eletrobras, que, pelos seus tamanhos, distorcem o cálculo.
Os resultados do terceiro trimestre refletem o bom momento vivido pelos bancos e as
dificuldades pelas quais passaram alguns segmentos.
"As instituições financeiras
foram beneficiadas pelo notável crescimento do crédito no
país. Houve melhoria na eficiência e cresceram as receitas
nas áreas de seguros, previdência privada e capitalização",
afirma Kelly Trentin, analista
da corretora SLW.
As perspectivas continuam
positivas para os bancos, apesar
da crise internacional, que dificulta a captação de recursos no
exterior e deixa o setor com
mais receio de emprestar dinheiro a empresas e consumidores no mercado interno.
"Percebe-se uma desaceleração no ritmo de crescimento
das carteiras de crédito", diz
Trentin. "De 20% a 30% neste
ano a elevação deve ficar mais
perto de 15% em 2009. Considerando que a porcentagem é
sobre uma base forte, trata-se
de um ótimo resultado."
Preocupação
Somente a inadimplência pode vir a se tornar uma fonte de
preocupação para as instituições. "É bom ficar atento."
As empresas de papel e celulose pressionaram o resultado
do segmento não-financeiro no
terceiro trimestre, com prejuízo de R$ 2,663 bilhões.
Entre elas, destaca-se a Aracruz, que perdeu aproximadamente R$ 2 bilhões com operações de derivativos cambiais
-a companhia apostava que o
dólar não ficaria acima de R$
1,70, porém a moeda disparou.
As demais -Suzano, VCP,
Klabin, Melhoramentos e Melpaper- também tiveram grandes despesas com juros e câmbio, pois estavam no meio de
um processo de investimento
em novos projetos que exigiram delas novas dívidas.
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