São Paulo, terça-feira, 25 de novembro de 2008

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Reino Unido vai ter pacote de estímulo à economia de US$ 30 bi

Plano inclui medidas como cortes de impostos e aumento dos gastos públicos

DA REDAÇÃO

Com a economia caminhando para a sua primeira recessão desde 1991, o governo britânico lançou um pacote de estímulo de US$ 30 bilhões (cerca de 1% do PIB do Reino Unido e mais que o do Uruguai em 2007) que inclui cortes de tributos e aumento dos gastos públicos. Para compensar parte das perdas, o governo da segunda maior economia européia vai aumentar os impostos dos mais ricos.
O ministro das Finanças, Alistair Darling, afirmou que o pacote não impedirá a recessão, mas a tornará mais curta e branda, além de deixar a economia em melhores condições quando começar a se recuperar. O governo do Reino Unido prevê que a economia se contrairá de 0,75% a 1,25% em 2009. No terceiro trimestre, o PIB teve queda de 0,5%.
Segundo o ministro, havia dois caminhos a serem tomados na crise: "Deixar a recessão assumir o seu curso" e "permitir que as famílias fiquem contra a parede" ou, "como governos mundiais de todos os matizes decidiram, apoiar os negócios, apoiar as famílias, aumentando os empréstimos, que também vão reduzir o impacto e a duração da recessão".
"Eu vou fazer o que for necessário para ajudar as famílias durante este período difícil", afirmou ontem Darling durante apresentação ao Parlamento da previsão de Orçamento para 2009 e 2010.
Como parte do pacote anunciado ontem, o governo britânico pretende reduzir o imposto sobre o consumo até o fim do ano que vem, ajudar os proprietários de casas que estão com dificuldades para manter as suas hipotecas em dia e aumentar o auxílio a aposentados e pequenas empresas.
Uma das conseqüências das medidas será que o déficit do Orçamento chegará em 2010 a quase US$ 180 bilhões, ou 8% do PIB, segundo cálculos do próprio governo. Será o maior déficit entre os integrantes do G7 (grupo que inclui também EUA, Japão, Alemanha, França Itália e Canadá) e muito acima da previsão de 2,6% feita anteriormente por Darling.
Para pagar parte das medidas, o governo pretende aumentar os impostos da classe média alta (quem ganha mais de US$ 230 mil ao ano) de 40% para 45%. Os tributos sobre cigarro e álcool também devem ser elevados.


Com o "New York Times" e o "Financial Times"


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