São Paulo, terça-feira, 25 de novembro de 2008

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Ásia não sai imune da crise, afirma FMI

COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

"Qualquer esperança de que a Ásia sairia imune da crise evaporou", diz o "Regional Economic Outlook" (Panorama da Economia Regional), divulgado ontem pelo FMI (Fundo Monetário Internacional). Crédito curto, desaceleração do crescimento e outros efeitos que se tornaram corriqueiros com a crise global constam das perspectivas de 2009 para a região. A inflação deve ser contida, dada a retração do preço das commodities.
O crescimento médio na Ásia, 7,6% em 2007, deve ser de apenas 4,9% em 2009, com a retração das exportações para os antes famintos mercados americano e europeu. Apenas o Japão terá contração econômica, de -0,2%. Mas a desaceleração é certa. Em 2007, China e Índia cresceram 11,9% e 9,3%, respectivamente. Em 2009, devem crescer 8,5% e 6,3%. Logo, a recuperação asiática, que começa no fim de 2009, segundo o FMI, vai se dar a partir de patamares bem mais modestos.
O setor de commodities é um exemplo. Enquanto o mundo aumentou seu consumo de energia primária (petróleo e outras fontes) em 600 milhões de toneladas entre 1998 e 2002, de lá para 2007 o volume cresceu em 1,5 bilhão de toneladas, diz o FMI. Dois terços desta alta correspondem ao apetite asiático. Com o novo cenário, de retração dos preços, a volatilidade dos mercados de commodities não deve causar tanto alvoroço inflacionário como vinha ocorrendo.
A crise também traz oportunidades. A participação dos bancos asiáticos no mercado de crédito global cresce, ocupando o espaço deixado pelos EUA e a Europa.
O fundo espera, ainda, que os governos da Ásia tenham um papel preponderante. "Com previsão de inflação moderada, há espaço em muitos países para políticas monetárias". Ou seja, a mão do Estado deve ser decisiva, no socorro de empresas e na garantia de investimentos.
(MAURÍCIO MORAES)


Texto Anterior: Índice de confiança na economia da América Latina cai para nível de 98
Próximo Texto: Governo estuda reduzir alíquota do IR
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.