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Ásia não sai imune da crise, afirma FMI
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
"Qualquer esperança de
que a Ásia sairia imune da
crise evaporou", diz o "Regional Economic Outlook"
(Panorama da Economia Regional), divulgado ontem pelo FMI (Fundo Monetário
Internacional). Crédito curto, desaceleração do crescimento e outros efeitos que se
tornaram corriqueiros com a
crise global constam das
perspectivas de 2009 para a
região. A inflação deve ser
contida, dada a retração do
preço das commodities.
O crescimento médio na
Ásia, 7,6% em 2007, deve ser
de apenas 4,9% em 2009,
com a retração das exportações para os antes famintos
mercados americano e europeu. Apenas o Japão terá
contração econômica, de
-0,2%. Mas a desaceleração é
certa. Em 2007, China e Índia cresceram 11,9% e 9,3%,
respectivamente. Em 2009,
devem crescer 8,5% e 6,3%.
Logo, a recuperação asiática,
que começa no fim de 2009,
segundo o FMI, vai se dar a
partir de patamares bem
mais modestos.
O setor de commodities é
um exemplo. Enquanto o
mundo aumentou seu consumo de energia primária
(petróleo e outras fontes) em
600 milhões de toneladas
entre 1998 e 2002, de lá para
2007 o volume cresceu em
1,5 bilhão de toneladas, diz o
FMI. Dois terços desta alta
correspondem ao apetite
asiático. Com o novo cenário,
de retração dos preços, a volatilidade dos mercados de
commodities não deve causar tanto alvoroço inflacionário como vinha ocorrendo.
A crise também traz oportunidades. A participação
dos bancos asiáticos no mercado de crédito global cresce,
ocupando o espaço deixado
pelos EUA e a Europa.
O fundo espera, ainda, que
os governos da Ásia tenham
um papel preponderante.
"Com previsão de inflação
moderada, há espaço em
muitos países para políticas
monetárias". Ou seja, a mão
do Estado deve ser decisiva,
no socorro de empresas e na
garantia de investimentos.
(MAURÍCIO MORAES)
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