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Em meio à instabilidade, Tesouro reduz emissão de títulos públicos em outubro
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
A crise levou o Tesouro Nacional a emitir menos títulos
públicos no mês passado. Para
evitar pagar juros muito altos
no período de instabilidade no
mercado, o Tesouro chegou a
cancelar leilões e adotou a estratégia de oferecer lotes menores com prazos mais curtos.
Segundo o coordenador-geral de Operações da Dívida Pública, Guilherme Pedras, os
efeitos da crise sobre o mercado de títulos públicos foi pior
em outubro do que em novembro. Por isso, no mês passado,
foram suspensos por três semanas seguidas leilões já programados de títulos prefixados.
No fim do mês, o Tesouro chegou a fazer quatro leilões de
compra e venda, apenas para
dar ao mercado uma referência
dos juros.
Com isso, a emissão de títulos somou R$ 15,5 bilhões em
outubro, contra o vencimento
de R$ 29,4 bilhões. "Devido à
volatilidade elevada em todos
os mercados, o Tesouro optou
por reduzir os prazos e o volume emitido", disse Pedras.
Mesmo com o resgate maior
que a oferta, a dívida pública federal não caiu porque o governo gastou com juros R$ 14,5 bilhões. A valorização do dólar
também levou ao aumento de
8% da dívida externa, para R$
119 bilhões. A dívida total passou para R$ 1,345 trilhão, alta
de 0,77%. A dívida interna ficou
em R$ 1,226 trilhão, 0,13%
maior que em setembro.
As tentativas do Banco Central de conter o aumento do dólar provocaram outro efeito negativo, desta vez na dívida interna. Pela primeira vez desde
2005, o Brasil tem endividamento interno ligado à variação do câmbio. Essa nova dívida atrelada à variação cambial,
de R$ 16 bilhões, foi resultado
dos leilões de "swap" -troca de
papéis indexados à Selic pelos
remunerados em dólares. No
mês passado, o BC ofereceu R$
43,12 bilhões nessa modalidade
de operação. Mesmo com os
leilões de "swap" do BC, o Brasil continua credor líquido em
moeda estrangeira.
(JULIANA ROCHA)
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