São Paulo, terça-feira, 25 de novembro de 2008

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Em meio à instabilidade, Tesouro reduz emissão de títulos públicos em outubro

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

A crise levou o Tesouro Nacional a emitir menos títulos públicos no mês passado. Para evitar pagar juros muito altos no período de instabilidade no mercado, o Tesouro chegou a cancelar leilões e adotou a estratégia de oferecer lotes menores com prazos mais curtos.
Segundo o coordenador-geral de Operações da Dívida Pública, Guilherme Pedras, os efeitos da crise sobre o mercado de títulos públicos foi pior em outubro do que em novembro. Por isso, no mês passado, foram suspensos por três semanas seguidas leilões já programados de títulos prefixados. No fim do mês, o Tesouro chegou a fazer quatro leilões de compra e venda, apenas para dar ao mercado uma referência dos juros.
Com isso, a emissão de títulos somou R$ 15,5 bilhões em outubro, contra o vencimento de R$ 29,4 bilhões. "Devido à volatilidade elevada em todos os mercados, o Tesouro optou por reduzir os prazos e o volume emitido", disse Pedras.
Mesmo com o resgate maior que a oferta, a dívida pública federal não caiu porque o governo gastou com juros R$ 14,5 bilhões. A valorização do dólar também levou ao aumento de 8% da dívida externa, para R$ 119 bilhões. A dívida total passou para R$ 1,345 trilhão, alta de 0,77%. A dívida interna ficou em R$ 1,226 trilhão, 0,13% maior que em setembro.
As tentativas do Banco Central de conter o aumento do dólar provocaram outro efeito negativo, desta vez na dívida interna. Pela primeira vez desde 2005, o Brasil tem endividamento interno ligado à variação do câmbio. Essa nova dívida atrelada à variação cambial, de R$ 16 bilhões, foi resultado dos leilões de "swap" -troca de papéis indexados à Selic pelos remunerados em dólares. No mês passado, o BC ofereceu R$ 43,12 bilhões nessa modalidade de operação. Mesmo com os leilões de "swap" do BC, o Brasil continua credor líquido em moeda estrangeira. (JULIANA ROCHA)


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