São Paulo, terça-feira, 25 de novembro de 2008

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Gasto de turistas tem 1ª queda desde 2004

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Com a alta do dólar, os gastos de turistas brasileiros com viagens ao exterior já começam a dar sinais de queda. Segundo dados do Banco Central, no mês passado essas despesas somaram US$ 774 milhões, um recuo de 15% em relação ao valor observado em outubro de 2007.
É a primeira vez desde 2004 que o valor apurado em um mês é inferior ao observado em igual período do ano anterior.
"Existe, de fato, uma desaceleração bastante pronunciada. É normal", afirma o chefe do Departamento Econômico do Banco Central, Altamir Lopes.
Em julho passado, os gastos dos viajantes brasileiros chegaram a US$ 1,3 bilhão, o maior valor já registrado pela série estatística do BC.
Para Lopes, esse recuo pode ser visto como um ponto positivo das contas externas, pois mostra que a alta do dólar consegue conter o envio de recursos para outros países. Ele diz que o câmbio também tem ajudado a, num momento de crise, reduzir as remessas de lucros e dividendos de empresas para o exterior, um dos itens que mais tem pressionado o déficit externo do Brasil.
No mês passado, empresas instaladas no país enviaram US$ 1,813 bilhão para suas matrizes no exterior, uma queda de 47,6% em relação às remessas feitas um mês antes, em setembro.
Segundo Lopes, a queda nas remessas de dividendos ajudou a fazer com que o déficit externo do país ficasse abaixo do esperado no mês passado. Em outubro, o saldo em transações correntes -que inclui todas as negociações de compra e venda de bens e serviços com outros países- ficou negativo em US$ 1,5 bilhão, abaixo dos US$ 2 bilhões projetados pelo próprio BC.
Ainda assim, o resultado acumulado no ano continua significativamente abaixo do observado em 2007, quando, impulsionado pela balança comercial, o saldo em transações correntes do país ainda era positivo.
Entre janeiro e outubro deste ano, o país registrou déficit de US$ 24,8 bilhões nessa conta, enquanto no mesmo período do ano passado, ao contrário, havia um superávit de US$ 3,5 bilhões.


Texto Anterior: Frase
Próximo Texto: Investimento estrangeiro direto no país é recorde
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.