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São Paulo, quinta-feira, 25 de dezembro de 2003

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Queda de juro seguirá lenta em 2004

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

A redução das taxas de juros deverá ocorrer de forma lenta também em 2004. Na ata de sua última reunião deste ano, o Copom (Comitê de Política Monetária do Banco Central) avalia que o combate à inflação e a retomada da atividade econômica exigem que "a flexibilização adicional da política monetária seja conduzida de forma parcimoniosa".
Para o BC, é necessário cautela na condução da política monetária para evitar pressões sobre o preço de produtos de setores cuja retomada no nível de atividade já tenha começado. O BC está preocupado que o aumento da procura por esses produtos leve a aumentos de preços.
Ontem, depois de divulgada a ata do Copom, o secretário do Tesouro Nacional, Joaquim Levy, declarou: "É preciso estar sempre atento à inflação. É para isso que existe política monetária. É preciso andar na velocidade certa: nem rápido, nem devagar. Não adianta querer apressar as coisas".
Desde junho, o Copom reduziu a taxa de juros básica da economia em dez pontos percentuais. Na avaliação do Banco Central, uma significativa parte dos efeitos dessas reduções ainda não se refletiu na economia. Da mesma forma, diz o BC, a recente recuperação da atividade econômica ainda não produziu todos os efeitos sobre os índices de inflação.
Com a perspectiva de a inflação deste ano ficar muito próxima da meta ajustada de 8,5%, ultrapassando em muito pouco 9%, o Copom considera que foi confirmada a "eficácia da política monetária na reversão das expectativas extremamente pessimistas vigentes no início do ano".
O documento destaca que a meta de superávit primário (receitas menos despesas, exceto gastos com juros) de 4,25% do PIB (Produto Interno Bruto) deverá ser cumprida tanto neste ano quanto em 2004 e 2005.
Para o Banco Central, a retomada do crescimento econômico continua dando sinais, assim como a recuperação do consumo, embora em um ritmo mais lento do que o registrado na produção.
Entre as evidências citadas pelo BC está o aumento no número de consultas ao SPC (Serviço de Proteção ao Crédito). "Essa recuperação vem sendo liderada pelos setores de bens duráveis, em resposta ao aumento do crédito, e deve se consolidar, devido aos baixos índices de inadimplência".
Com relação ao cenário internacional, o BC afirma compartilhar da preocupação de um ciclo de contração monetária nos EUA no ano que vem. Mas, pondera: "É pouco provável que um eventual aumento da taxa de juros norte-americana seja de magnitude suficientemente elevada para abortar o processo de recuperação da economia mundial". (JS)


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