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Queda de juro seguirá lenta em 2004
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
A redução das taxas de juros deverá ocorrer de forma lenta também em 2004. Na ata de sua última reunião deste ano, o Copom
(Comitê de Política Monetária do
Banco Central) avalia que o combate à inflação e a retomada da
atividade econômica exigem que
"a flexibilização adicional da política monetária seja conduzida de
forma parcimoniosa".
Para o BC, é necessário cautela
na condução da política monetária para evitar pressões sobre o
preço de produtos de setores cuja
retomada no nível de atividade já
tenha começado. O BC está preocupado que o aumento da procura por esses produtos leve a aumentos de preços.
Ontem, depois de divulgada a
ata do Copom, o secretário do Tesouro Nacional, Joaquim Levy,
declarou: "É preciso estar sempre
atento à inflação. É para isso que
existe política monetária. É preciso andar na velocidade certa: nem
rápido, nem devagar. Não adianta
querer apressar as coisas".
Desde junho, o Copom reduziu
a taxa de juros básica da economia em dez pontos percentuais.
Na avaliação do Banco Central,
uma significativa parte dos efeitos
dessas reduções ainda não se refletiu na economia. Da mesma
forma, diz o BC, a recente recuperação da atividade econômica
ainda não produziu todos os efeitos sobre os índices de inflação.
Com a perspectiva de a inflação
deste ano ficar muito próxima da
meta ajustada de 8,5%, ultrapassando em muito pouco 9%, o Copom considera que foi confirmada a "eficácia da política monetária na reversão das expectativas
extremamente pessimistas vigentes no início do ano".
O documento destaca que a meta de superávit primário (receitas
menos despesas, exceto gastos
com juros) de 4,25% do PIB (Produto Interno Bruto) deverá ser
cumprida tanto neste ano quanto
em 2004 e 2005.
Para o Banco Central, a retomada do crescimento econômico
continua dando sinais, assim como a recuperação do consumo,
embora em um ritmo mais lento
do que o registrado na produção.
Entre as evidências citadas pelo
BC está o aumento no número de
consultas ao SPC (Serviço de Proteção ao Crédito). "Essa recuperação vem sendo liderada pelos setores de bens duráveis, em resposta ao aumento do crédito, e
deve se consolidar, devido aos
baixos índices de inadimplência".
Com relação ao cenário internacional, o BC afirma compartilhar
da preocupação de um ciclo de
contração monetária nos EUA no
ano que vem. Mas, pondera: "É
pouco provável que um eventual
aumento da taxa de juros norte-americana seja de magnitude suficientemente elevada para abortar o processo de recuperação da
economia mundial".
(JS)
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