São Paulo, domingo, 25 de dezembro de 2005

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MERCADO ABERTO

Melhora no emprego não atinge renda

Nos três anos do governo Lula, o emprego aumentou, mas o rendimento do trabalhador e a qualidade do emprego deixaram muito a desejar. A conclusão consta de estudo recém-concluído pelo Iedi com base em pesquisa do IBGE para analisar o desempenho do emprego de 2002 a 2005.
Nesses três anos, o emprego cresceu 11,7% nos grandes centros urbanos do país, o que significa uma expansão média de 3,8% ao ano, um desempenho bastante positivo. Foram criados, no período, 2,1 milhões de empregos novos, ou quase 700 mil por ano, o que é bem razoável, na opinião do Iedi.
A "pedra no sapato" é o rendimento do trabalhador nos grandes centros. No período, o rendimento médio real caiu 11,2%, uma queda anual média de 3,7%, uma taxa equivalente ao crescimento do emprego.
O economista Júlio Sérgio Gomes de Almeida, do Iedi, diz que grande parte dessa queda está concentrada em 2003, ano marcado por uma conjuntura econômica muito difícil. O rendimento médio caiu 12,1% em 2003. Mas, mesmo assim, em 2004 o rendimento caiu 1,2%. Só em 2005 a variação foi positiva, de 1,7%, segundo estimativas do Iedi.
De acordo com ele, o rendimento médio da população não melhorou porque o emprego cresceu principalmente nos setores que pagam menores salários. De 2002 a 2005, enquanto o emprego na indústria, que oferece melhores salários, cresceu 12,6%, em serviços domésticos, o crescimento foi de 18,7%. O detalhe é que o rendimento médio da indústria equivale a três vezes mais.
Outra conclusão do estudo é a predominância do trabalho informal. O número de pessoas empregadas com carteira cresceu 10,5% de 2003 a 2005. Já a evolução dos sem-carteira foi de 19%, e a dos que trabalham por "conta própria", de 11,7%. O curioso é que o rendimento dos trabalhadores sem carteira corresponde a 69% dos com carteira, e os do "conta própria", a 81%. "Faltam renda e qualidade do emprego no Brasil", afirma.

NOVA FRONTEIRA
De olho nos brasileiros que moram ou visitam os EUA, o HSBC do Brasil, em parceria com a unidade americana, irá abrir uma agência Premier em Miami, voltada a clientes de alta renda. Para comandar essa unidade de negócios, a brasileira Regina Motta foi nomeada CEO do America Premier Centre. A agência será responsável também pelo atendimento a mexicanos e argentinos. "Se a iniciativa der certo, a intenção é ampliar o atendimento especial a chilenos, peruanos e em outras cidades, como Nova York." Na agência, haverá atendentes que falam inglês, espanhol e português. Os serviços mais procurados são investimentos nos EUA e cartões de crédito e débito -estes, por turistas.

AUMENTO GERAL
O Pão de Açúcar superou todas as suas previsões nas vendas de produtos típicos de Natal. O crescimento do bacalhau foi de 50%. O resultado da seção de bebidas (vinhos, espumantes e destilados) também ultrapassou o previsto, com alta de 35%. As vendas de cestas foram mais que o dobro que em igual período de 2004. Panetones e frutas secas tiveram aumento de dois dígitos.

CESTA RECORDE
A Klabin atingiu seu recorde de produção de embalagens de papelão ondulado para cestas de Natal. O volume expedido neste ano teve crescimento de 50% em relação a 2004.Os modelos desenvolvidos tiveram como principais destinos os grandes mercados consumidores, como São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais e Paraná, atendendo aos principais clientes do setor.

VENDAS CRESCENTES
O faturamento da indústria de shopping centers encerrará 2005 próximo de R$ 54,6 bilhões, um crescimento de 7,7% em relação ao ano passado, quando o faturamento do setor no país foi de R$ 50,7 bilhões. Os dados serão divulgados amanhã pela Alshop (Associação Brasileira de Lojistas de Shopping) e levam em conta um aumento de 2% nas vendas para o Natal deste ano em relação ao mesmo período de 2004. Para 2006, a expectativa, segundo o presidente da Alshop, Nabil Sahyoun, é ainda melhor e aponta para um crescimento acima de 8% para o setor. A indústria de shopping centers encerra o ano com 601 empreendimentos, que reúnem mais de 74 mil lojas. Foram inaugurados 14 unidades no país neste ano.

VERÃO NO AR
Com um investimento de R$ 15 milhões, o McDonald's lança hoje a campanha "Verão McDonald's - That's Amore", com cenas do cotidiano que remetem ao estilo de vida saudável e alegre de momentos dessa estação.

CARONA DIGITAL
A febre do iPod tem levado empresas a lançar acessórios para pegar carona no tocador de música digital mais popular do mundo. Capas de grifes famosas para o aparelho chegam a custar até US$ 840 em catálogos de Natal, segundo a agência "Bloomberg". Uma capa criada por Valentino, coberta por cristais Swarovski, custa mais do que o dobro dos US$ 399 cobrados pela versão mais cara do iPod. As vendas de acessórios para tocadores digitais têm disparado na temporada de fim de ano nos Estados Unidos, após terem já quadruplicado para US$ 412 milhões nos primeiros nove meses deste ano, segundo a empresa de pesquisa de mercado NPD Group Inc. O aparelho da Apple respondeu por 72% de todas as vendas desse produto no mercado americano até outubro. E a expectativa de analistas é que o crescimento tenha sido ainda maior no fim de 2005.


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