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Trio da Ambev fecha acordo com a CVM
Lemann, Telles e Sicupira vão pagar R$ 18,6 mi para encerrar investigações
Fundadores da cervejaria eram investigados por uso de informação privilegiada, abuso de poder e divulgação de informação incorreta
DA REUTERS
Marcel Telles, Jorge Paulo Lemann e Carlos Alberto Sicupira, fundadores da AmBev, vão
pagar um total de R$ 18,6 milhões à Comissão de Valores
Mobiliários (CVM) para encerrar processos administrativos.
O trio -que controlava a brasileira AmBev quando a empresa foi vendida à belga Interbrew em 2004, dando origem à
InBev- era acusado, entre outras coisas, de abuso de poder
ao usar o plano de opção de
compra de ações da AmBev para elevar suas participações
acionárias em detrimento dos
acionistas minoritários.
Eles também teriam induzido o então vice-presidente financeiro da AmBev, Luiz Felipe Dutra, a divulgar informações incorretas ao mercado na
época da aliança com a Interbrew. Por fim, teriam realizado
negociações irregulares com
ações, com uso de informação
privilegiada.
Em processo na Superintendência de Relações com o Mercado e Intermediários (SMI) da
CVM -o maior dos dois contra
Telles, Lemann e Sicupira-
eles pagarão, cada um, R$ 5 milhões à autarquia. Em novembro, eles haviam oferecido um
total de R$ 3 milhões à CVM,
recusados pelo colegiado.
É um dos maiores acordos fechados com a CVM para encerrar um caso de irregularidades
no mercado de capitais do país.
Em 2007, o Safra pagou R$
28 milhões ao mercado e R$ 1,5
milhão à CVM para suspender
processo por uso de informação privilegiada. Em outubro
deste ano, o Credit Suisse aceitou pagar R$ 19,2 milhões para
acabar com processo na autarquia em que era acusado de uso
de informação privilegiada
com ações da Embraer.
Além do processo de R$ 15
milhões, o trio da AmBev ofereceu o valor total de R$ 3,6 milhões para encerrar um segundo caso. Desse montante, R$
3,03 milhões referem-se à Sicupira. O resto é dividido em partes iguais por Telles e Lemann.
Essa segunda investigação na
CVM partiu de reclamação feita em abril de 2004 pela Previ,
fundo de pensão do Banco do
Brasil e com participação minoritária na Ambev. Na ocasião, a Previ tinha 8,8% do capital da cervejaria brasileira.
Além dos três, fundadores da
AmBev pagarão à CVM para se
livrar desse processo. Conforme a CVM, Victório Carlos de
Marchi, José Heitor Attílio
Gracioso, Roberto Herbster
Gusmão, Magim Rodriguez Júnior e Vicente Falconi Campos
se dispuseram a pagar R$ 1 milhão -R$ 200 mil cada.
Os cinco eram conselheiros
da AmBev na época e foram
acusados de não exercerem
suas funções de forma adequada na análise da incorporação
da cervejaria canadense Labatt
pela AmBev, como parte da
união com a Interbrew.
Dutra, ex-vice-presidente financeiro da AmBev que teria
divulgado informações incorretas e incompletas ao mercado, apresentou proposta de pagar R$ 400 mil à CVM.
A AmBev faz parte da AB InBev, formada no fim de 2008
após compra da americana
Anheuser-Busch pela InBev.
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