São Paulo, sexta-feira, 25 de dezembro de 2009

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Trio da Ambev fecha acordo com a CVM

Lemann, Telles e Sicupira vão pagar R$ 18,6 mi para encerrar investigações

Fundadores da cervejaria eram investigados por uso de informação privilegiada, abuso de poder e divulgação de informação incorreta


DA REUTERS

Marcel Telles, Jorge Paulo Lemann e Carlos Alberto Sicupira, fundadores da AmBev, vão pagar um total de R$ 18,6 milhões à Comissão de Valores Mobiliários (CVM) para encerrar processos administrativos.
O trio -que controlava a brasileira AmBev quando a empresa foi vendida à belga Interbrew em 2004, dando origem à InBev- era acusado, entre outras coisas, de abuso de poder ao usar o plano de opção de compra de ações da AmBev para elevar suas participações acionárias em detrimento dos acionistas minoritários.
Eles também teriam induzido o então vice-presidente financeiro da AmBev, Luiz Felipe Dutra, a divulgar informações incorretas ao mercado na época da aliança com a Interbrew. Por fim, teriam realizado negociações irregulares com ações, com uso de informação privilegiada.
Em processo na Superintendência de Relações com o Mercado e Intermediários (SMI) da CVM -o maior dos dois contra Telles, Lemann e Sicupira- eles pagarão, cada um, R$ 5 milhões à autarquia. Em novembro, eles haviam oferecido um total de R$ 3 milhões à CVM, recusados pelo colegiado.
É um dos maiores acordos fechados com a CVM para encerrar um caso de irregularidades no mercado de capitais do país.
Em 2007, o Safra pagou R$ 28 milhões ao mercado e R$ 1,5 milhão à CVM para suspender processo por uso de informação privilegiada. Em outubro deste ano, o Credit Suisse aceitou pagar R$ 19,2 milhões para acabar com processo na autarquia em que era acusado de uso de informação privilegiada com ações da Embraer.
Além do processo de R$ 15 milhões, o trio da AmBev ofereceu o valor total de R$ 3,6 milhões para encerrar um segundo caso. Desse montante, R$ 3,03 milhões referem-se à Sicupira. O resto é dividido em partes iguais por Telles e Lemann.
Essa segunda investigação na CVM partiu de reclamação feita em abril de 2004 pela Previ, fundo de pensão do Banco do Brasil e com participação minoritária na Ambev. Na ocasião, a Previ tinha 8,8% do capital da cervejaria brasileira.
Além dos três, fundadores da AmBev pagarão à CVM para se livrar desse processo. Conforme a CVM, Victório Carlos de Marchi, José Heitor Attílio Gracioso, Roberto Herbster Gusmão, Magim Rodriguez Júnior e Vicente Falconi Campos se dispuseram a pagar R$ 1 milhão -R$ 200 mil cada.
Os cinco eram conselheiros da AmBev na época e foram acusados de não exercerem suas funções de forma adequada na análise da incorporação da cervejaria canadense Labatt pela AmBev, como parte da união com a Interbrew.
Dutra, ex-vice-presidente financeiro da AmBev que teria divulgado informações incorretas e incompletas ao mercado, apresentou proposta de pagar R$ 400 mil à CVM.
A AmBev faz parte da AB InBev, formada no fim de 2008 após compra da americana Anheuser-Busch pela InBev.


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