São Paulo, quinta-feira, 26 de janeiro de 2006

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MERCADO ABERTO

CVC planeja crescer no litoral sul

Maior operadora do país, a CVC encerrou 2005 com um crescimento de 20%, segundo estimativas. Foram transportados 1,2 milhão de passageiros de janeiro a dezembro -ela ainda não fechou os dados relativos ao faturamento.
Para 2006, a meta é ampliar essa expansão e chegar a 25%, impulsionada principalmente pelo mercado interno, que deve crescer ao menos 15%. Entre os planos, explorar mais o litoral sul do país, principalmente as praias de Santa Catarina, e a Argentina, incluindo a Terra do Fogo.
"Os resultados indicam que se trata de um crescimento no turismo como nunca presenciamos antes. Acho que podemos atribuir [a expansão em 2005] à manutenção da estabilização da economia. Viajar nas férias passa cada vez mais a ser um hábito do brasileiro", afirma Guilherme Paulus, presidente da CVC.
Apesar das previsões de que o dólar continuará desvalorizado, Paulus diz que as viagens internacionais ainda atingem uma minoria -a operadora embarcou 86 mil passageiros para o exterior em 2005, ou 7,2% do total- e que o que move o setor no país é o "turismo sol e mar".
Os sete destinos mais vendidos pela CVC no ano passado foram "praia", com Porto Seguro, Fortaleza e Natal, nessa ordem, entre os primeiros. Apenas o oitavo colocado, Gramado, foge desse perfil. Além da preferência do brasileiro, Paulus diz que "o fato de existirem poucos bons hotéis de campo ou no interior ajuda a explicar esse fenômeno".
Segundo ele, 85% das pessoas atendidas pela operadora optam pelo "turismo sol e mar".
Em relação ao segmento de cruzeiros, que quase dobrou em 2005, ele diz que a continuidade da alta dependerá da melhoria dos portos brasileiros. "À exceção de Santos, os demais portos precisam de investimentos. Se eles acontecerem, mais navios poderão vir e até ficar o ano inteiro na costa brasileira", diz.

ANÁLISE

Doha sem luz no fim do túnel

Não é correta a afirmação do comissário de Comércio da União Européia, Peter Mandelson, de que as negociações na OMC estariam sendo bloqueadas por Brasil e Índia, ao não concederem acesso a seus mercados de bens industrializados e de serviços. A afirmação é de Gesner Oliveira, em artigo para a consultoria Tendências.
Ele admite que Brasil e Índia ainda são economias bastante fechadas, mas afirma que também falta disposição à UE para cortar os seus subsídios internos.
Gesner diz que, para alterar esse quadro, é necessário que todos os lados façam concessões.
Enquanto isso, ele diz que é provável que manifestações como a de Mandelson continuem freqüentes. A solução, a seu ver, dependerá do surgimento de coalizões políticas pró-comércio em escala nacional e internacional, algo ainda difícil de vislumbrar, ao menos no próximo ano correspondente ao horizonte de negociação da Rodada Doha.

ROLO COMPRESSOR
O economista Fábio Giambiagi, do Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada), acha que, em algum momento, a sociedade precisará dar um basta nos seguidos aumentos das despesas do INSS. Com o reajuste do salário mínimo para R$ 350 a partir de abril, o governo Lula terá dobrado a velocidade do aumento dos gastos da Previdência. Quando FHC assumiu o governo, as despesas do INSS correspondiam a 5% do PIB. No fim daquele governo, esses gastos saltaram para 6,5%. Já a conta da Previdência ao final do governo Lula irá somar 8% do PIB.

NA CHINA
A cerveja Brahma se prepara para desembarcar na China. A decisão foi tomada depois de a InBev, fusão da belga Interbrew com a brasileira AmBev, ter adquirido nesta semana a cervejaria chinesa Fujian Sedrin Brewery. Em chinês, Brahma significa muita sorte e muito dinheiro.

FORNECIMENTO
A Jaraguá fechou contrato para o fornecimento de equipamentos às obras e os serviços de engenharia da reconstrução do sistema de plataforma de lançamento do VLS (Veículo Lançador de Satélites) na base de Alcântara.

TROFÉU ENGARRAFADO
As garrafas de 600 ml são as campeãs da preferência do público. Segundo o Sindicerv, em 2005 foram vendidas 10,4 bilhões de garrafas de 600 ml, o que equivale a 6,2 bilhões de litros de cerveja. As garrafas representaram 65% das vendas da bebida, à frente das long neck, com 2,5 bilhões de litros, e das latinhas, com 250 milhões de litros.

SEGURANÇA MAIOR
Especializada em soluções na área de segurança, a Fort Knox registrou alta de 16% no faturamento no ano passado.

ALTA DOS RECEBÍVEIS
A Anfac (associação das empresas de factoring) lançou cinco fundos de recebíveis, que somam R$ 60 milhões. A expectativa de rendimento é de 114%. Novos fundos estão a caminho.

PRÓ-CRESCIMENTO
Nunca houve tantas fontes de financiamento para as empresas como agora, graças especialmente ao crescimento expressivo das dívidas corporativas, destaca a consultoria McKinsey em recente análise sobre o assunto. A emissão de títulos tem crescido nos principais países e regiões do mundo e reflete o aumento da globalização do capital: a taxa de crescimento ao ano das captações de companhias fora de seus países é superior à registrada pelas emissões domésticas, com 22% e 7%, respectivamente. De acordo com a consultoria, a contribuição das dívidas corporativas no aumento do estoque financeiro global alcançou 29% do total entre 1993 e 2003, à frente dos depósitos bancários e do mercado de ações.


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