São Paulo, sábado, 26 de janeiro de 2008

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CRISE NOS MERCADOS / PESSIMISMO

Bolsas terminam semana com mais perdas

Rumos da economia dos EUA continuam a preocupar investidores; Bovespa não funcionou devido ao feriado em SP

Ex-presidente do banco central americano Alan Greenspan afirma que não há provas claras de que os EUA estão em recessão

DA REDAÇÃO

Depois de dois dias consecutivos de alta, as Bolsas americanas terminaram a semana -uma das de maior turbulência nos últimos tempos- em baixa, levando junto boa parte dos mercados europeus e latino-americanos. As preocupações com os rumos da economia americana voltaram a preocupar os investidores.
Os mercados americanos começaram o dia operando em alta, reflexo dos bons resultados de empresas como Microsoft e Caterpillar, mas, no início da tarde, já passaram a operar no vermelho. O índice Dow Jones, o principal da Bolsa de Nova York, caiu 1,38%, e a Nasdaq (que reúne empresas de alta tecnologia) se desvalorizou em 1,47%. O S&P 500 teve queda de 1,59%. Os três índices estão negativos neste ano.
As Bolsas européias, que passaram a maior parte do dia em alta, acabaram se desvalorizando no final de suas operações -quando as dos Estados Unidos começaram a ficar negativas. A maior queda ocorreu em Paris, de 0,76%. Londres teve queda de 0,12%, e Frankfurt, de 0,06%, praticamente estável.
Os mercados americanos também contribuíram para o dia ruim nas Bolsas latino-americanas. Entre os principais mercados da região, apenas o de Buenos Aires registrou alta: 0,83%. A Bolsa mexicana caiu 1,88%, e a chilena, 0,88%. A Bovespa não funcionou devido ao feriado de aniversário da cidade de São Paulo.
Na Ásia, os mercados tiveram um dia de ganhos expressivos, ainda resultado da alta do dia anterior nos Estados Unidos e na Europa. O índice Nikkei, da Bolsa de Tóquio, subiu 4,10%, e o de Hong Kong, 6,76%. A Bolsa de Taiwan teve alta de 2,96%, e a de Mumbai (Índia) se valorizou em 6,62%. O mercado de Xangai (China) registrou ganho de 0,93%.
Como aconteceu durante a maior parte deste mês, as preocupações com os mercados de crédito e imobiliário americanos e com uma recessão da economia dos Estados Unidos voltaram a dominar as Bolsas.
Apesar do corte de juros de 0,75 ponto percentual pelo Fed (Federal Reserve, o banco central americano) e do acordo do presidente George W. Bush com a oposição democrata para para aprovar o pacote de US$ 150 bilhões para tentar evitar que o país entre em recessão, os investidores parecem ainda temer mais sinais negativos da economia dos Estados Unidos.
Na semana que vem, serão divulgados dados do PIB do último trimestre do ano passado e de emprego, que devem ajudar na análise do quadro da economia do país. Na quarta-feira, o Fed se reunirá, e existe a expectativa entre investidores de um novo corte na taxa básica de juros.
Além disso, rumores de que mais bancos europeus terão que reavaliar para baixo seus ativos financeiros e de problemas com um grande fundo de hedge ajudaram a tornar o dia negativo nos mercados.
O ex-presidente do banco central dos Estados Unidos Alan Greenspan afirmou em entrevista ao "Financial Times" que não há provas claras de que a economia americana esteja entrando em uma recessão. "Você não cai gradualmente em um recessão, você pula", disse o antecessor de Ben Bernanke no comando do Fed.
Na semana passada, ele havia dito que os EUA já estão ou provavelmente irão entrar em breve em uma recessão.


Com agências internacionais

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