São Paulo, segunda-feira, 26 de janeiro de 2009

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GUILHERME BARROS - guilherme.barros@grupofolha.com.br

Pequenas devem ter mais acesso a crédito do BNDES, diz Abracex

A Abracex (Associação Brasileira de Comércio Exterior) encaminhou na sexta um pedido ao presidente do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), Luciano Coutinho, para que facilite às micro e pequenas empresas o acesso ao crédito do banco estatal. O pedido vem depois que o governo liberou mais R$ 100 bilhões para o BNDES emprestar neste ano.
"O governo vem anunciando montanhas de reais para injeção na economia. Acontece que os beneficiários são sempre os mesmos "grandes conglomerados" ou até países vizinhos", diz Roberto Segatto, presidente da Abracex.
Ele defende que o BNDES crie um balcão direto para que as micro e pequenas empresas consigam apresentar seus projetos de investimentos e obter o crédito sem precisar recorrer a um banco intermediário. "Essas empresas não conseguem ter acesso direto ao BNDES e pagam mais por isso", afirma Segatto.
Para ele, o problema não é do atual governo ou da gestão de Coutinho, mas um erro de longa data na política de financiamento do banco estatal. Segundo ele, o BNDES foca no financiamento de grandes empresas e deixa de lado as micro e pequenas.
"Não conheço uma micro ou pequena empresa que conseguiu pegar crédito no BNDES. E se alguém me contestar, desafio a mostrar uma lista de empresas de pequeno porte que foram financiadas pelo banco", diz.
Além do pedido ao próprio BNDES, Segatto informou que a Abracex, que tem como associados empresas de todos os portes, vai buscar em outras instâncias do governo mudanças na política de concessão de crédito do banco para micro e pequenas companhias.
Uma delas é o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior. Segatto já tem reunião agendada com o secretário de Comércio Exterior, Welber Barral, no dia 13 de fevereiro, e vai pedir o apoio dele nessa questão.




Nutrin investe em centro de distribuição para cortar custo

A Nutrin, empresa de refeições coletivas, investiu R$ 1 milhão na abertura de um centro de distribuição próprio de alimentos. Com a iniciativa, a empresa cortou 60% de seu quadro de fornecedores e conseguiu preços melhores que representam uma economia de R$ 150 mil por mês.
Segundo o diretor-geral da Nutrin, Aderbal Nogueira, a medida faz parte de um projeto de reestruturação da empresa para cortar 20% dos custos administrativos e conseguir superar a crise econômica internacional. Essa iniciativa incluiu a demissão do presidente e de dois dos quatro diretores da empresa.
"A criação de um centro de distribuição próprio é uma necessidade do nosso setor para ter melhores preços e maior qualidade nos produtos. Não tem crise que justifique cancelar esse tipo de investimento", afirma Nogueira.
A Nutrin perdeu 35% do seu faturamento em dezembro e já espera outra retração de 20% neste mês. A expectativa de Nogueira é uma melhora no cenário no segundo semestre, que permitirá à empresa fechar o ano com crescimento entre 10% e 20%.

LIÇÃO
A Veris Educacional, controladora do Ibmec (RJ, MG e DF) e das faculdades IBTA, Uirapuru, Imapes e Metrocamp, quer continuar a crescer na casa de 20% em 2009. Diferente de 2008, quando o grupo fez aquisições, a aposta neste ano é no crescimento orgânico nos campi. "Temos que digerir os investimentos feitos e esperar para ver o que acontece no Brasil antes de partir para novos projetos", diz Eduardo Wurzmann, presidente da Veris. Mesmo assim, a empresa dá sequência aos investimentos em curso. Um deles é a criação de um programa de ensino a distância, com investimento de R$ 3,5 milhões na abertura de 20 a 30 polos de ensino no país.

NORMAS
A BDO Trevisan lança na terça o "Guia para as Demonstrações Contábeis 2008-2009". A publicação mostra as principais mudanças nas normas contábeis no Brasil desde a promulgação da Lei 11.638. O material também aborda o RTT (Regime Tributário de Transição) e a MP 449, medida que regulou alguns dos pontos da nova legislação do setor. O guia publica também artigo de Guido Mantega sobre perspectivas econômicas para o Brasil diante da crise internacional.

GESTÃO
A Serasa Experian lança no Brasil o My Strategy Collection, uma solução de gestão de estratégias aplicada a dados fornecidos pelo cliente, para melhorar a eficiência e a consistência da cobrança, aumentando a lucratividade total da operação. Por meio de um serviço de processamento hospedado pela Serasa Experian, o My Strategy Collection aponta o risco associado a cada conta e indica qual deve ser a ação apropriada, a partir do primeiro dia de atraso.

com JOANA CUNHA e MARINA GAZZONI


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