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Queda na renda atinge até os 10% mais ricos
DA REPORTAGEM LOCAL
O salário dos trabalhadores
caiu até 11,5% no ano passado na
região metropolitana de São Paulo. Essa diminuição foi verificada
no setor de serviços -o rendimento do trabalhador passou de
R$ 960 em dezembro de 2001 para
R$ 849 por mês em dezembro de
2002, de acordo com a pesquisa
divulgada ontem pela Fundação
Seade e pelo Dieese.
No comércio, a redução também foi significativa -de R$ 706
para R$ 626 mensais. Na indústria, os salários passaram de R$
1.038 mensais em dezembro de
2001 para R$ 953 em dezembro de
2002 -a redução foi de 8,2%.
Na média, o rendimento dos
trabalhadores ocupados teve diminuição de 8,8% nesse mesmo
período (foi de R$ 957 para R$
872). Já a renda dos assalariados
caiu pelo terceiro mês e teve redução de 9,4%, passando de R$ 988
para R$ 895.
"A economia não cresce, não há
investimentos no setor produtivo
nem recuperação dos empregos.
Com esse cenário, não há como
haver recuperação de renda", diz
Paula Montagner, gerente da
Fundação Seade.
O coordenador técnico do Dieese, Sérgio Mendonça, destacou
que o achatamento de salários
atingiu todos os setores. A queda
também foi mais intensa entre os
10% mais ricos do país.
"Os 10% mais ricos tiveram
queda em seus rendimentos de
11,5% na comparação entre dezembro de 2001 e dezembro de
2002. Entre os 10% mais pobres, a
diminuição foi de 1,1%", diz. Na
primeira faixa, os salários passaram de R$ 2.029 para R$ 1.796. Na
segunda, de R$ 202 para R$ 200.
"É falsa a sensação de que está
ocorrendo uma melhor distribuição de renda. O que ocorre é que
os salários estão achatados de cima para baixo, o que diminui essa
distância", afirma Mendonça.
Mais tempo
O tempo médio gasto para procurar emprego também aumentou em janeiro, segundo o levantamento do Dieese e da Fundação
Seade. Passou de 52 para 53 semanas na região metropolitana de
São Paulo.
A jornada média de trabalho
dos assalariados diminuiu três
horas na comparação com dezembro de 2002 -passou para 42
horas. Essa redução ocorre porque, além da baixa produtividade,
parte das indústrias concede férias coletivas nesse período.
(CR)
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