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São Paulo, quarta-feira, 26 de fevereiro de 2003

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Queda na renda atinge até os 10% mais ricos

DA REPORTAGEM LOCAL

O salário dos trabalhadores caiu até 11,5% no ano passado na região metropolitana de São Paulo. Essa diminuição foi verificada no setor de serviços -o rendimento do trabalhador passou de R$ 960 em dezembro de 2001 para R$ 849 por mês em dezembro de 2002, de acordo com a pesquisa divulgada ontem pela Fundação Seade e pelo Dieese.
No comércio, a redução também foi significativa -de R$ 706 para R$ 626 mensais. Na indústria, os salários passaram de R$ 1.038 mensais em dezembro de 2001 para R$ 953 em dezembro de 2002 -a redução foi de 8,2%.
Na média, o rendimento dos trabalhadores ocupados teve diminuição de 8,8% nesse mesmo período (foi de R$ 957 para R$ 872). Já a renda dos assalariados caiu pelo terceiro mês e teve redução de 9,4%, passando de R$ 988 para R$ 895.
"A economia não cresce, não há investimentos no setor produtivo nem recuperação dos empregos. Com esse cenário, não há como haver recuperação de renda", diz Paula Montagner, gerente da Fundação Seade.
O coordenador técnico do Dieese, Sérgio Mendonça, destacou que o achatamento de salários atingiu todos os setores. A queda também foi mais intensa entre os 10% mais ricos do país.
"Os 10% mais ricos tiveram queda em seus rendimentos de 11,5% na comparação entre dezembro de 2001 e dezembro de 2002. Entre os 10% mais pobres, a diminuição foi de 1,1%", diz. Na primeira faixa, os salários passaram de R$ 2.029 para R$ 1.796. Na segunda, de R$ 202 para R$ 200.
"É falsa a sensação de que está ocorrendo uma melhor distribuição de renda. O que ocorre é que os salários estão achatados de cima para baixo, o que diminui essa distância", afirma Mendonça.

Mais tempo
O tempo médio gasto para procurar emprego também aumentou em janeiro, segundo o levantamento do Dieese e da Fundação Seade. Passou de 52 para 53 semanas na região metropolitana de São Paulo.
A jornada média de trabalho dos assalariados diminuiu três horas na comparação com dezembro de 2002 -passou para 42 horas. Essa redução ocorre porque, além da baixa produtividade, parte das indústrias concede férias coletivas nesse período. (CR)

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