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São Paulo, quarta-feira, 26 de fevereiro de 2003

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TRABALHO

Taxa, de 18,6% da PEA, equivale a 1,75 milhão de pessoas sem emprego

Desemprego em SP atinge a pior taxa num mês de janeiro

CLAUDIA ROLLI
DA REPORTAGEM LOCAL

O desemprego na região metropolitana de São Paulo atingiu no mês passado o pior resultado para o mês de janeiro desde 1985, data em que começou a ser realizada a pesquisa mensal de emprego da Fundação Seade e do Dieese. A taxa passou de 18,5% em dezembro para 18,6% da PEA (População Economicamente Ativa) em janeiro -o que equivale a 1,75 milhão de desempregados.
"O ano começa com uma perspectiva ruim para o emprego até porque as taxas de desemprego já estão em patamares elevados desde 2002", diz Sérgio Mendonça, coordenador técnico do Dieese.
No ano passado, a taxa média anual de desemprego foi de 19% -só perdeu para 1999, quando o índice chegou a 19,3%. Em janeiro de 2002, quando a economia ainda sofria os efeitos do racionamento de energia, o índice de desemprego foi de 17,9%.
"Com juros elevados, inflação aumentando, baixo crescimento econômico, dólar em alta e perspectiva de conflito entre os Estados Unidos e o Iraque, o nível de emprego deve ficar comprometido até 2004", afirma. "Na melhor das hipóteses, a situação melhora no segundo semestre."
As empresas que contrataram temporários no final do ano costumam demiti-los em janeiro, diz Mendonça, o que também contribuiu para manter o desemprego em alta no início de 2003.
Em janeiro, 87 mil vagas foram fechadas -a maior parte de trabalhadores autônomos e assalariados com carteira assinada- e 96 mil pessoas deixaram de procurar trabalho.
Na indústria foram enxugados 40 mil postos de trabalho no mês passado, dos quais 23 mil no ramo têxtil e de vestuário. Na área de serviços, foram 45 mil. Também houve eliminação de 50 mil ocupações nos serviços domésticos na construção civil. A pesquisa ressalta que o nível de emprego na indústria diminuiu 2,5% após três meses consecutivos de alta.
Já o comércio registrou a criação de 48 mil vagas no período. Mas a gerente da Fundação Seade, Paula Montagner, destaca que o resultado reflete uma média trimestral e inclui o mês de pico das contratações -dezembro.
Na comparação com janeiro de 2002, entretanto, o nível de emprego se manteve estável, com um saldo de 10 mil novas vagas criadas. Os mais atingidos pelo fechamento de postos no mês passado foram as pessoas com 40 anos ou mais (elevação de 4,4% no desemprego) e chefes de família (2,9%). Já entre os trabalhadores de 25 a 39 anos houve diminuição do desemprego (4,1%).


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