|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
TRABALHO
Taxa, de 18,6% da PEA, equivale a 1,75 milhão de pessoas sem emprego
Desemprego em SP atinge a pior taxa num mês de janeiro
CLAUDIA ROLLI
DA REPORTAGEM LOCAL
O desemprego na região metropolitana de São Paulo atingiu no
mês passado o pior resultado para
o mês de janeiro desde 1985, data
em que começou a ser realizada a
pesquisa mensal de emprego da
Fundação Seade e do Dieese. A taxa passou de 18,5% em dezembro
para 18,6% da PEA (População
Economicamente Ativa) em janeiro -o que equivale a 1,75 milhão de desempregados.
"O ano começa com uma perspectiva ruim para o emprego até
porque as taxas de desemprego já
estão em patamares elevados desde 2002", diz Sérgio Mendonça,
coordenador técnico do Dieese.
No ano passado, a taxa média
anual de desemprego foi de 19%
-só perdeu para 1999, quando o
índice chegou a 19,3%. Em janeiro
de 2002, quando a economia ainda sofria os efeitos do racionamento de energia, o índice de desemprego foi de 17,9%.
"Com juros elevados, inflação
aumentando, baixo crescimento
econômico, dólar em alta e perspectiva de conflito entre os Estados Unidos e o Iraque, o nível de
emprego deve ficar comprometido até 2004", afirma. "Na melhor
das hipóteses, a situação melhora
no segundo semestre."
As empresas que contrataram
temporários no final do ano costumam demiti-los em janeiro, diz
Mendonça, o que também contribuiu para manter o desemprego
em alta no início de 2003.
Em janeiro, 87 mil vagas foram
fechadas -a maior parte de trabalhadores autônomos e assalariados com carteira assinada- e
96 mil pessoas deixaram de procurar trabalho.
Na indústria foram enxugados
40 mil postos de trabalho no mês
passado, dos quais 23 mil no ramo têxtil e de vestuário. Na área
de serviços, foram 45 mil. Também houve eliminação de 50 mil
ocupações nos serviços domésticos na construção civil. A pesquisa ressalta que o nível de emprego
na indústria diminuiu 2,5% após
três meses consecutivos de alta.
Já o comércio registrou a criação de 48 mil vagas no período.
Mas a gerente da Fundação Seade,
Paula Montagner, destaca que o
resultado reflete uma média trimestral e inclui o mês de pico das
contratações -dezembro.
Na comparação com janeiro de
2002, entretanto, o nível de emprego se manteve estável, com um
saldo de 10 mil novas vagas criadas. Os mais atingidos pelo fechamento de postos no mês passado
foram as pessoas com 40 anos ou
mais (elevação de 4,4% no desemprego) e chefes de família (2,9%).
Já entre os trabalhadores de 25 a
39 anos houve diminuição do desemprego (4,1%).
Texto Anterior: Luís Nassif: As saídas para o caso AES Próximo Texto: Queda na renda atinge até os 10% mais ricos Índice
|