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Teles querem mudar normas; TV quer manter exclusividade
DA REPORTAGEM LOCAL
Mesmo com o empuxo dos
avanços tecnológicos, para garantir que sairão do papel os
serviços convergentes precisam vencer uma série de obstáculos que dependem da atuação governamental.
O primeiro é o emaranhado
de leis e normas existente no
país. Hoje há conflito nas que
estão em vigor: Lei Geral de Telecomunicações (LGT, aplicada
às teles), Lei de Radiodifusão e
Direitos Autorais (TVs abertas
e rádios), Lei do Cabo (TVs fechadas) etc.
"É preciso constituir uma regulamentação transparente e
previsível para garantir o investimento", disse o superintendente-executivo da Telebrasil
(Associação Brasileira de Telecomunicações), Cesar Rômulo
Silveira Neto.
Para isso, Casa Civil e Ministério das Comunicações estudam alternativas para simplificar o modelo regulatório.
No bojo das mudanças, que
terão de passar pelo crivo da
Anatel (Agência Nacional de
Telecomunicações), demandas
antigas poderão ser resolvidas- no caso das teles, a impossibilidade de o mesmo controlador participar de duas operadoras em regiões diferentes; no
das radiodifusoras, elevar participação do capital externo.
Outra equação complicada é
a tentativa das radiodifusoras
de manter a exclusividade na
produção de conteúdo, bem como a reserva do mercado nacional para seus produtos.
A seu favor, além da força política, elas têm a capacidade de
transmissão de dados das TVs a
cabo, muito superior à das teles: em média, o tráfego atinge
20 megabites por segundo,
contra 4 megabites registrados
em igual período de tempo pelas operadoras de telefonia.
Isso significa que as teles serão obrigadas a fazer investimentos vultosos para incrementar sua tecnologia, que só
compensariam em áreas de alta
renda, o que confronta a idéia
de popularização do serviço.
A saída é o financiamento.
Entre 2007 e 2010, as teles investirão R$ 58 bilhões no país,
segundo o BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento
Econômico e Social). Em 2006,
o desembolso do banco no setor chegou a R$ 2,1 bilhões.
A produção de conteúdo gera
dúvidas também sobre pirataria e controle de conteúdo, devido ao incremento da produção dos próprios usuários.
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