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Ação da Petrobras já caiu 8,7% no ano
Queda reflete recuo no preço do petróleo, resultado decepcionante do 4º trimestre e saída de estrangeiro da Bovespa
Ação da empresa é a mais negociada da Bovespa e segura índice; analista não recomenda a venda de papéis da empresa agora
FABRICIO VIEIRA
DA REPORTAGEM LOCAL
As ações da Petrobras não
atravessam um bom momento.
Com relevante queda acumulada no ano, os papéis da companhia petrolífera têm, além de
decepcionado seus investidores, segurado a Bolsa de Valores
de São Paulo.
Como a ação preferencial da
Petrobras é a mais negociada
da Bolsa e a de maior peso na
composição do índice Ibovespa
(o principal do mercado acionário brasileiro), seu desempenho mais fraco tem efeito de
ancoragem para a Bovespa.
Em 2007, a ação preferencial
da Petrobras acumula desvalorização de 8,71% (até o dia 22).
Em 12 meses, o resultado é positivo, em 8,4%. Mas ambos os
dados são inferiores ao registrado pelo Ibovespa: altas de
4,45% e 21,46%, respectivamente.
O desempenho mais fraco da
Petrobras na Bolsa nos últimos
meses tem refletido, em parte,
a depreciação do valor do barril
de petróleo no mercado internacional. Nos últimos 12 meses, o barril em Nova York teve
recuou de 0,10%, indo a US$
60,95 na última quinta-feira.
Em julho de 2006, o barril do
produto bateu em US$ 78.
"As oscilações nos preços do
barril de petróleo no exterior
tiveram impacto sobre os papéis da empresa", diz Arnaldo
José da Silva, gestor de renda
variável da Grau Gestão de Ativos. Ele lembra que as ações da
Petrobras têm nos estrangeiros
um grupo importante de investidores.
O saldo das operações feitas
pelos estrangeiros com ações
brasileiras na Bovespa em
2006, que ficou em R$ 1,75 bilhão, foi o mais fraco desde
2002. Neste ano, esse balanço
está negativo em R$ 105,3 milhões. Ou seja, esse movimento
acaba por se refletir nas ações
da companhia petrolífera.
O resultado da Petrobras em
2006, quando teve lucro recorde de R$ 25,919 bilhões, alta de
9% em relação a 2005, foi recebido friamente por analistas e
investidores, que esperavam
números mais fortes. O que
mais decepcionou foi o resultado do quarto trimestre de 2006
(lucro de R$ 5,2 bilhões), que
caiu 36% em relação ao último
trimestre de 2005.
A ação PN (preferencial) da
Petrobras representa 13,79%
do Ibovespa, sendo a de maior
peso no índice. Juntas, as ações
PN e ON da Petrobras foram
responsáveis por cerca de 22%
de toda a movimentação de janeiro feita na Bovespa.
Dessa forma, um retorno
ruim de seus papéis limita os
ganhos da Bolsa paulista.
Para Silva, as quedas recentes da Petrobras não são motivo para o investidor vender
suas ações. "Quem ainda não
vendeu as ações da Petrobras é
melhor aguardar. Não vejo motivos para os papéis descerem
muito abaixo do atual nível de
preço", afirma o gestor.
Na semana passada, a ação
preferencial da companhia
mostrou certa reação e registrou alta de 2,48%.
No exterior
O desempenho das ações de
empresas petrolíferas na Europa também tem sido fraco nos
últimos 12 meses -com alguns
até piores que o da brasileira.
As ações da italiana ENI acumulam alta de só 4,67% nos últimos 12 meses; as da francesa
Total subiram só 2,19%.
Já a britânica British Petroleum tem decepcionado seus
investidores: suas ações acumulam queda de 17,11% nos últimos 12 meses. Ela teve recuo
de 22% em seu lucro no quarto
trimestre de 2006. Além da baixa no petróleo, a BP tem sofrido
com diferentes problemas nos
últimos meses, como o atraso
na abertura de sua principal
plataforma no golfo do México
e a paralisação de suas operações em campo no Alasca.
Quem tem apresentado retornos mais favoráveis no setor
são as americanas. As ações da
Chevron, segunda maior empresa do ramo nos EUA, subiram 27,38% desde fevereiro de
2006. E, mesmo com o petróleo
em baixa, a Chevron obteve elevação de 22% em seu lucro entre 2005 e 2006, alcançando
US$ 17,14 bilhões.
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