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Telefónica estuda comprar teles na Itália ou em Portugal
Espanhola busca aumentar presença no Brasil em meio à maior concorrência
Telefónica não consegue o
controle da Vivo, e opção seria
adquirir a própria sócia
Portugal Telecom; alternativa
seria comprar a Telecom Italia
DO "FINANCIAL TIMES"
O presidente da Telefónica,
César Alierta, gostaria de curar
os problemas no Brasil, o centro do império latino-americano da empresa espanhola. Para
isso, ele está estudando uma série de alternativas radicais, incluindo a compra da Telecom
Italia ou da Portugal Telecom.
Nenhuma decisão foi tomada, mas o fato de a Telefónica
estar analisando essas ambiciosas soluções mostra a magnitude dos problemas brasileiros.
E, com a Espanha em recessão,
a companhia está sob pressão
também em seu mercado doméstico.
A Telefónica não quis comentar, mas, por anos, vem
ressaltando a importância da
América Latina, especialmente
no Brasil. Ainda assim, seu lucro no país nos noves primeiros
meses de 2009 recuou 6% ante
o mesmo período de 2008.
Além disso, o crescimento da
Vivo, a joint venture de telefonia celular com a Portugal, tem
se desacelerado. E ela teve que
suspender temporariamente a
venda de pacotes de banda larga (Speedy) em São Paulo no
ano passado.
Somando-se a esse cenário, a
competição tem aumentado no
Brasil. Em uma operação
apoiada pelo governo, Brasil
Telecom e Telemar combinaram as suas operações. E a francesa Vivendi, que bateu a Telefónica na disputa pela GVT (telefonia fixa), também estaria
interessada em entrar no setor
de celular.
A Telefónica gostaria de fundir suas operações brasileiras
de telefonia fixa (Telesp) e celular, mas a empresa está relutante em compartilhar as sinergias com a Portugal Telecom.
Alierta tentou várias vezes
-sem sucesso- comprar a participação da portuguesa na Vivo, que, segundo analistas do
HSBC, está estimada entre US$
5 bilhões e US$ 6,5 bilhões.
Mas, dada a determinação
dos portugueses em permanecer no Brasil, uma alternativa
seria comprar a própria Portugal Telecom, que está avaliada
em Bolsa em US$ 9,3 bilhões.
Mas a Telefónica acredita que o
governo português acabe bloqueando o negócio.
Por isso, a Telefónica analisa
se pode resolver na Itália o seu
problema brasileiro. Em 2007,
ela se tornou a maior investidora na Telecom Italia ao integrar
um consórcio que adquiriu o
controle da empresa.
Com a compra da italiana, teria o controle da TIM e poderia
combiná-la às suas operações
de telefonia fixa. Como os reguladores não devem permitir
que ela controle a TIM e tenha
metade da Vivo, ela poderia
vender sua participação para a
Portugal Telecom.
Outra opção seria adquirir a
participação dos outros membros da Telco, o consórcio formado em 2007 e que detém o
controle da Telecom Italia. Assim, a Telefónica assumiria o
controle do conselho da empresa e poderia decidir combinar os ativos de telefonia fixa
com os da TIM.
A Telefónica vê com ceticismo a hipótese de os acionistas
da Telco venderem a sua participação, apesar de eles estarem
revisando suas opções.
Para Alierta, não será fácil resolver os problemas da empresa no Brasil. Mas ele sabe que o
status quo para a empresa no
país está cada vez mais insustentável.
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