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FUNDO MONETÁRIO
Demissão em diretoria do FMI cria saia justa ao Brasil
JANAINA LAGE
DE NOVA YORK
O diretor-executivo no
FMI (Fundo Monetário Internacional) Paulo Nogueira
Batista Jr. demitiu na semana passada a representante
da Colômbia no Fundo, María Ines Agudelo. A decisão
incomum de demitir a número dois na hierarquia, indicada por um país da região,
causou uma saia justa entre
Brasil e Colômbia.
Colunista da Folha, Batista Jr. foi indicado pelo Brasil
em 2007 e assumiu o lugar
do ex-diretor do BC Eduardo
Loyo. Ele representa um
grupo de nove países (Brasil,
Colômbia, Equador, Guiana,
Haiti, Panamá, República
Dominicana, Suriname e
Trinidad e Tobago).
Conforme as regras do
Fundo, a vaga de diretor-adjunto cabe à Colômbia, que
designou Agudelo para a
função. Ela é ex-vice-ministra técnica das Finanças. O
quadro de diretores é responsável pela condução dos
negócios no dia a dia do Fundo. É composto por 24 diretores, designados ou eleitos
pelos países-membros ou
por um grupo de países. A diretoria se reúne várias vezes
por semana e desenvolve seu
trabalho com base nas análises preparada pela equipe do
Fundo.
Segundo relatos feitos à
Folha, o relacionamento entre os dois já vinha se deteriorando no último ano com
um acúmulo de divergências,
e nos últimos meses o contato se tornou menos frequente. Agudelo viajou a trabalho
para a Colômbia por duas semanas e regressou a Washington na quarta-feira da
semana passada. Logo após a
volta, foi informada por telefone da demissão.
A Colômbia resiste a indicar um novo nome, e a situação pode permanecer indefinida. Segundo a Folha apurou, a Colômbia ainda não
desistiu de reconduzir Agudelo ao cargo e mostra irritação com a atitude do Brasil.
Para as autoridades colombianas, o episódio não se restringe a uma questão administrativa, e haveria dificuldade em indicar uma nova
pessoa para o cargo.
Procurado pela reportagem, Batista Jr. não confirmou nem desmentiu o episódio, alegando se tratar de
questão administrativa interna do Fundo. Agudelo não
quis comentar o assunto. Na
página da instituição, o diretor é o único que não conta
com um diretor-adjunto. A
Colômbia é o segundo país
em número de votos no grupo do qual o Brasil faz parte.
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