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MERCADO FINANCEIRO
Com ações baratas, Ibovespa tende a voltar aos níveis no início de 2002, mas guerra pode atrapalhar
Bolsa sobe 1,6% com recuperação no exterior
DA REPORTAGEM LOCAL
A volta do otimismo internacional com o desenrolar do conflito no Iraque voltou a impulsionar os mercados externos e fez o
Ibovespa fechar em alta de 1,6%,
aos 11.232 pontos. No cenário interno, o fluxo positivo de capitais,
a queda do risco-país, o resultado
positivo da balança comercial e a
desaceleração da inflação também colaboram para que os investidores voltem a aplicar no
mercado de capitais brasileiro.
Segundo analistas, o país passa
atualmente por um momento de
recuperação de seu mercado acionário, após a fuga de investidores
observada no segundo semestre
do ano passado. Desde outubro,
por exemplo, o saldo de investimentos estrangeiros na Bovespa
passou a ser positivo.
Para eles, as ações na Bovespa
chegaram a um patamar de preço
muito atrativo em relação às suas
competidoras internacionais.
Com as primeiras ações do novo
governo e o afastamento das incertezas no cenário interno, é natural que a Bolsa tenha uma sequência de altas e volte, mesmo
que vagarosamente, aos níveis do
início do ano passado.
Mas, ao menos por enquanto, o
grande entrave ainda são as incertezas da guerra. Os analistas acreditam que a duração do conflito e
as implicações do pós-guerra ainda poderão impactar diretamente
o preço das ações brasileiras, ao
mesmo tempo em que após esse
período é esperada uma valorização acentuada dos ativos.
Até agora, as maiores altas ainda são observadas nos setores que
mais sofreram perdas em 2002.
Neste mês, as ações das empresas
de telecomunicações acumulam
valorização de 11,2%. Os destaques do setor ontem foram os papéis ON da Tele Celular Sul, que
subiram 6,3%, as ações PN da Tele Nordeste Celular, que tiveram
alta de 4,7%, e as preferenciais da
Telesp Celular Participações, que
ganharam 4,24%.
A redução da previsão de entregas de aviões da Embraer fez as
ações da empresa liderarem as
baixas do dia, com queda de 6,1%
da PN e 4,0% da ON. A notícia de
que a Eletropaulo teve prejuízo líquido de R$ 871 milhões no ano
passado fez a ação PN da empresa
cair 2,6%.
Ontem a LF TEL, empresa que
tem entre os seus acionistas a La
Fonte Telecom e detém aproximadamente 11% da Telemar, fez
um leilão de ações e, excepcionalmente, foi o maior volume do dia
na Bovespa.
(GEORGIA CARAPETKOV)
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