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São Paulo, quarta-feira, 26 de março de 2003

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MERCADO FINANCEIRO

Com ações baratas, Ibovespa tende a voltar aos níveis no início de 2002, mas guerra pode atrapalhar

Bolsa sobe 1,6% com recuperação no exterior

DA REPORTAGEM LOCAL

A volta do otimismo internacional com o desenrolar do conflito no Iraque voltou a impulsionar os mercados externos e fez o Ibovespa fechar em alta de 1,6%, aos 11.232 pontos. No cenário interno, o fluxo positivo de capitais, a queda do risco-país, o resultado positivo da balança comercial e a desaceleração da inflação também colaboram para que os investidores voltem a aplicar no mercado de capitais brasileiro.
Segundo analistas, o país passa atualmente por um momento de recuperação de seu mercado acionário, após a fuga de investidores observada no segundo semestre do ano passado. Desde outubro, por exemplo, o saldo de investimentos estrangeiros na Bovespa passou a ser positivo.
Para eles, as ações na Bovespa chegaram a um patamar de preço muito atrativo em relação às suas competidoras internacionais. Com as primeiras ações do novo governo e o afastamento das incertezas no cenário interno, é natural que a Bolsa tenha uma sequência de altas e volte, mesmo que vagarosamente, aos níveis do início do ano passado.
Mas, ao menos por enquanto, o grande entrave ainda são as incertezas da guerra. Os analistas acreditam que a duração do conflito e as implicações do pós-guerra ainda poderão impactar diretamente o preço das ações brasileiras, ao mesmo tempo em que após esse período é esperada uma valorização acentuada dos ativos.
Até agora, as maiores altas ainda são observadas nos setores que mais sofreram perdas em 2002. Neste mês, as ações das empresas de telecomunicações acumulam valorização de 11,2%. Os destaques do setor ontem foram os papéis ON da Tele Celular Sul, que subiram 6,3%, as ações PN da Tele Nordeste Celular, que tiveram alta de 4,7%, e as preferenciais da Telesp Celular Participações, que ganharam 4,24%.
A redução da previsão de entregas de aviões da Embraer fez as ações da empresa liderarem as baixas do dia, com queda de 6,1% da PN e 4,0% da ON. A notícia de que a Eletropaulo teve prejuízo líquido de R$ 871 milhões no ano passado fez a ação PN da empresa cair 2,6%.
Ontem a LF TEL, empresa que tem entre os seus acionistas a La Fonte Telecom e detém aproximadamente 11% da Telemar, fez um leilão de ações e, excepcionalmente, foi o maior volume do dia na Bovespa. (GEORGIA CARAPETKOV)


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