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São Paulo, quarta-feira, 26 de março de 2003

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RECEITA ORTODOXA

Urgência é política, diz presidente do BC

Brasil sobrevive em 2003 mesmo sem reformas, afirma Meirelles

EDUARDO SIMANTOB
ENVIADO ESPECIAL A MILÃO

O presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, encerrou ontem sua maratona de encontros com investidores internacionais em Milão e disse que o Brasil pode levar adiante as reformas fiscal e da Previdência sem afobação. "Tecnicamente podemos atingir a meta de superávit primário em 2003 sem as reformas, mas elas são indispensáveis para que esse quadro seja sustentável daí em diante", afirmou à Folha.
Meirelles disse que foi a Milão demonstrar, como analista, que os indicadores positivos recentes da economia brasileira oferecem boa margem de manobra neste primeiro ano de gestão. Há sem dúvida uma urgência política, lembrou, mas nada que justifique um desespero do mercado.
Vários fatores garantem a estabilidade do quadro atual. "O custo por hora trabalhada está no subsolo, o lucro dos exportadores encontra-se no pico e a produção industrial cresce mais que as importações de bens intermediários", enfatizou Meirelles. Nesse contexto, disse, não há razão para temer a escalada da inflação.
Aparentemente, a performance de Meirelles foi bem recebida, mesmo que os investidores ainda exibam um "otimismo cauteloso" -termo mais escutado durante esta semana de encontros, oficiais e paralelos, da reunião anual do BID (Banco Interamericano de Desenvolvimento), em Milão.
"Não vim aqui mostrar pressuposições, afinal o investidor faz as suas próprias projeções", disse Meirelles. No entanto, considerando um cenário em que as reformas sejam aprovadas dentro do prazo de um ano, o governo espera poder baixar a dívida pública para 35,8% do PIB até 2011.
O diretor do Departamento para o Hemisfério Ocidental do FMI, Anoop Singh, também saiu "muito bem impressionado" de seu encontro com o ministro do Planejamento, Guido Mantega, ontem. Singh disse que o FMI considera que o Brasil está no caminho certo e reiterou sua confiança com o ritmo dado pelo governo às reformas econômicas.


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