|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
RECEITA ORTODOXA
Urgência é política, diz presidente do BC
Brasil sobrevive em 2003 mesmo sem reformas, afirma Meirelles
EDUARDO SIMANTOB
ENVIADO ESPECIAL A MILÃO
O presidente do Banco Central,
Henrique Meirelles, encerrou ontem sua maratona de encontros
com investidores internacionais
em Milão e disse que o Brasil pode
levar adiante as reformas fiscal e
da Previdência sem afobação.
"Tecnicamente podemos atingir a
meta de superávit primário em
2003 sem as reformas, mas elas
são indispensáveis para que esse
quadro seja sustentável daí em
diante", afirmou à Folha.
Meirelles disse que foi a Milão
demonstrar, como analista, que
os indicadores positivos recentes
da economia brasileira oferecem
boa margem de manobra neste
primeiro ano de gestão. Há sem
dúvida uma urgência política,
lembrou, mas nada que justifique
um desespero do mercado.
Vários fatores garantem a estabilidade do quadro atual. "O custo por hora trabalhada está no
subsolo, o lucro dos exportadores
encontra-se no pico e a produção
industrial cresce mais que as importações de bens intermediários", enfatizou Meirelles. Nesse
contexto, disse, não há razão para
temer a escalada da inflação.
Aparentemente, a performance
de Meirelles foi bem recebida,
mesmo que os investidores ainda
exibam um "otimismo cauteloso"
-termo mais escutado durante
esta semana de encontros, oficiais
e paralelos, da reunião anual do
BID (Banco Interamericano de
Desenvolvimento), em Milão.
"Não vim aqui mostrar pressuposições, afinal o investidor faz as
suas próprias projeções", disse
Meirelles. No entanto, considerando um cenário em que as reformas sejam aprovadas dentro
do prazo de um ano, o governo
espera poder baixar a dívida pública para 35,8% do PIB até 2011.
O diretor do Departamento para o Hemisfério Ocidental do
FMI, Anoop Singh, também saiu
"muito bem impressionado" de
seu encontro com o ministro do
Planejamento, Guido Mantega,
ontem. Singh disse que o FMI
considera que o Brasil está no caminho certo e reiterou sua confiança com o ritmo dado pelo governo às reformas econômicas.
Texto Anterior: Curto-circuito: Eletropaulo fecha 2002 com dívida de R$ 6,2 bi e prejuízo de R$ 871 mi Próximo Texto: Mercado financeiro: Bolsa sobe 1,6% com recuperação no exterior Índice
|