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Com subsídio, casa de R$ 40 mil pode sair por R$ 6.000
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
As famílias com renda de até
três salários mínimos (R$
1.395) poderão comprar um
imóvel de aproximadamente
R$ 40 mil pagando apenas R$
6.000 ao longo de dez anos ao
governo, conforme o plano habitacional anunciado ontem
pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Esse é o subsídio máximo
que o governo decidiu dar a famílias de baixa renda, cuja
prestação mensal mínima poderá ser de R$ 50,00 e chegar a,
no máximo, R$ 139,50 -10% da
renda. A promessa inicial do
governo Lula era de parcelas
entre R$ 15,00 e R$ 20,00 para
famílias com essa renda.
Mas, segundo o secretário de
Política Econômica do Ministério da Fazenda, Nelson Barbosa, foi preciso aumentar o valor porque parcelas inferiores a
R$ 50,00 não cobririam nem o
custo de cobrança.
A maior parte do subsídio do
programa habitacional anunciado ontem estará concentrada nos mutuários dessa faixa de
renda (até R$ 1.395 em valores
de hoje), e o governo já aceita
que haverá inadimplência entre os mutuários.
"Nenhum cidadão será colocado para fora de sua casa. Mas
vai haver processo de cobrança.
Ao final só receberá a escritura
quem pagar", afirmou o vice-presidente de Governo da Caixa Econômica Federal, Jorge
Hereda.
Mas essas famílias não serão
imediatamente beneficiadas
pelo pacote. É que essas casas
não serão adquiridas no mercado, mas serão construídas a
partir de projetos a serem apresentados ao governo por construtoras ou em parceria com
Estados, municípios e cooperativas habitacionais.
Será necessário, primeiro,
selecionar os projetos, aprovar
a sua viabilidade, construir o
empreendimento, e só então as
pessoas cadastradas pelas prefeituras e pelos governos estaduais terão acesso à moradia
desejada.
Os critérios de escolha não
foram detalhados. Além da renda familiar, o governo afirma
que terão prioridade as famílias
com idosos e portadores de deficiência.
Os trabalhadores que recebem entre três e seis salários
mínimos (R$ 1.395 a R$ 2.790)
contarão com um aumento no
subsídio oferecido pelo FGTS
(Fundo de Garantia do Tempo
de Serviço), que passará de R$
14 mil para R$ 23 mil, sendo
que parte dessas famílias não
recebia subsídio do programa
anterior.
Os valores vão depender da
localização do imóvel e da renda da família beneficiada pelo
programa.
Seguro contra desemprego
As famílias com renda até
cinco salários mínimos (R$
2.325) estão isentas dos seguros de vida e de dano ao imóvel,
obrigatórios no caso de financiamentos imobiliários fora do
pacote habitacional.
As famílias com renda mensal acima desse valor e até dez
salários mínimos (R$ 4.650)
poderão substituir o seguro
tradicional por uma contribuição, mais barata, para o fundo
garantidor.
Um comprador de imóvel de
51 anos, por exemplo, pode chegar a economizar quase dois
terços em relação ao que pagaria nas regras atuais.
Para ter acesso à garantia que
o governo oferecerá aos mutuários que ficarem desempregados, será preciso contribuir
mensalmente com 0,5% do valor da prestação para o fundo
garantidor.
Além de comprovar que está
desempregado, o mutuário terá
que ter pago seis parcelas do financiamento e ainda será obrigado a quitar 5% do valor da
prestação durante os três anos
em que poderá ficar inadimplente.
As prestações que não forem
pagas serão transferidas para o
fim do contrato, quando serão
refinanciadas.
Para acionar o seguro, o mutuário terá que ir ao banco e
comprovar, a cada seis meses,
que continua sem emprego.
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