São Paulo, quinta-feira, 26 de abril de 2007

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Dow Jones supera temores e ultrapassa 13 mil pontos

Índice recorde foi impulsionado por bons resultados das empresas do setor industrial

Relatórios do Departamento do Comércio injetaram otimismo no mercado; documento do Fed apontou crescimento "modesto"


Henny Abrams/Associated Press
Telão mostra cotações do índice Dow Jones no pregão de ontem


DO "NEW YORK TIMES"
DA REDAÇÃO

Seis meses após bater a marca dos 12 mil pontos, o índice Dow Jones, principal indicador de Wall Street, rompeu ontem a barreira dos 13 mil pontos. O recorde foi impulsionado por bons resultados de empresas, especialmente as do setor industrial, como a fabricante de alumínio Alcoa, que em seis meses se valorizou em 32%.
Além da Alcoa, o conglomerado Honeywell (27,54%), a telefônica AT&T (17,04%) e a farmacêutica Merck (16,14%) se destacaram pelos desempenhos.
Ontem foi a vez da gigante aeronáutica Boeing, cujos resultados superaram as expectativas dos especialistas. No índice Nasdaq, a grande estrela de ontem foi a Amazon, que subia na Bolsa mais de 20%.
O Dow Jones chegou a bater os 13.100 pontos, mas fechou em 13.089 pontos -recorde histórico, com valorização de 1,05%. Ficaram para trás os temores sobre uma desaceleração da economia e sobre uma nova crise financeira na Ásia, fator que causou, no final de fevereiro, queda de 416 pontos no índice, a maior desde os atentados de 11 de Setembro.
Os investidores celebravam ontem também dois relatórios positivos do Departamento do Comércio sobre a recuperação da atividade econômica nos Estados Unidos em março.
O primeiro informa que as empresas fizeram mais encomendas de itens pesados como máquinas-ferramenta e equipamentos elétricos, o que ajuda a afastar a preocupação quanto a uma desaceleração nos investimentos de capital. As encomendas de bens duráveis subiram 3,4% em março.
Já o relatório mensal sobre as vendas de casas novas, também do Departamento do Comércio, mostrou altas no total vendido e nos preços. O índice sazonalmente ajustado cresceu em 2,6% em março, depois de registrar quedas em janeiro e fevereiro. O preço médio da casa nova vendida subiu 6,4% ante o período em 2006.

Bens duráveis
Os números sobre os bens duráveis demonstraram força em termos gerais. O número central de bens de capital, estatística monitorada com atenção pelos economistas, porque serve como indicador dos investimentos empresariais, registrou alta de 4,7%, depois de cair em janeiro e fevereiro.
"O forte ganho no número central quanto aos bens de capital alivia os temores de que o investimento empresarial estivesse a ponto de iniciar uma espiral de baixa, contribuindo para a acentuada desaceleração do investimento empresarial e do crescimento real do Produto Interno Bruto [PIB], em curto prazo", afirmou Brian Bethune, economista da Global Insight.

Livro Bege
Também ontem o Fed (Federal Reserve, banco central dos EUA) apontou que a economia americana está em "modesto ou moderado" desde o início de março na maioria das regiões, mostra o "Livro Bege", documento que reúne dados macroeconômicos do país.
O mercado interpretou o documento como um sinal de que o país tem tido crescimento moderado e com preços ao consumidor estáveis, o que não justificaria a adoção de juros maiores -hoje a taxa básica está em 5,25% ao ano.
A maioria das regiões indicou que "a atividade industrial tem sido lenta, com numerosas indicações de enfraquecimento da indústria, relacionado com o setor de construção residencial". O enfraquecimento dos empréstimos hipotecários -conseqüência da desaceleração do setor imobiliário- continua pesando mais que a alta no crédito comercial e industrial, afirmou o Fed.
Sobre o mercado de trabalho, o Fed novamente reportou "condições sempre tensas", que costumam levar a altas de salários para os trabalhadores mais qualificados. Mas o aumento nos salários, em seu conjunto, foi "modesto", afirma o Fed.


Tradução de PAULO MIGLIACCI

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