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Dow Jones supera temores e ultrapassa 13 mil pontos
Índice recorde foi impulsionado por bons resultados das empresas do setor industrial
Relatórios do Departamento do Comércio injetaram otimismo no mercado; documento do Fed apontou crescimento "modesto"
Henny Abrams/Associated Press
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Telão mostra cotações do índice Dow Jones no pregão de ontem |
DO "NEW YORK TIMES"
DA REDAÇÃO
Seis meses após bater a marca dos 12 mil pontos, o índice
Dow Jones, principal indicador
de Wall Street, rompeu ontem
a barreira dos 13 mil pontos. O
recorde foi impulsionado por
bons resultados de empresas,
especialmente as do setor industrial, como a fabricante de
alumínio Alcoa, que em seis
meses se valorizou em 32%.
Além da Alcoa, o conglomerado
Honeywell (27,54%), a telefônica AT&T (17,04%) e a farmacêutica Merck (16,14%) se destacaram pelos desempenhos.
Ontem foi a vez da gigante
aeronáutica Boeing, cujos resultados superaram as expectativas dos especialistas. No índice Nasdaq, a grande estrela de
ontem foi a Amazon, que subia
na Bolsa mais de 20%.
O Dow Jones chegou a bater
os 13.100 pontos, mas fechou
em 13.089 pontos -recorde
histórico, com valorização de
1,05%. Ficaram para trás os temores sobre uma desaceleração da economia e sobre uma
nova crise financeira na Ásia,
fator que causou, no final de fevereiro, queda de 416 pontos no
índice, a maior desde os atentados de 11 de Setembro.
Os investidores celebravam
ontem também dois relatórios
positivos do Departamento do
Comércio sobre a recuperação
da atividade econômica nos Estados Unidos em março.
O primeiro informa que as
empresas fizeram mais encomendas de itens pesados como
máquinas-ferramenta e equipamentos elétricos, o que ajuda
a afastar a preocupação quanto
a uma desaceleração nos investimentos de capital. As encomendas de bens duráveis subiram 3,4% em março.
Já o relatório mensal sobre
as vendas de casas novas, também do Departamento do Comércio, mostrou altas no total
vendido e nos preços. O índice
sazonalmente ajustado cresceu
em 2,6% em março, depois de
registrar quedas em janeiro e
fevereiro. O preço médio da casa nova vendida subiu 6,4% ante o período em 2006.
Bens duráveis
Os números sobre os bens
duráveis demonstraram força
em termos gerais. O número
central de bens de capital, estatística monitorada com atenção pelos economistas, porque
serve como indicador dos investimentos empresariais, registrou alta de 4,7%, depois de
cair em janeiro e fevereiro.
"O forte ganho no número
central quanto aos bens de capital alivia os temores de que o
investimento empresarial estivesse a ponto de iniciar uma espiral de baixa, contribuindo para a acentuada desaceleração
do investimento empresarial e
do crescimento real do Produto
Interno Bruto [PIB], em curto
prazo", afirmou Brian Bethune,
economista da Global Insight.
Livro Bege
Também ontem o Fed (Federal Reserve, banco central dos
EUA) apontou que a economia
americana está em "modesto
ou moderado" desde o início de
março na maioria das regiões,
mostra o "Livro Bege", documento que reúne dados macroeconômicos do país.
O mercado interpretou o documento como um sinal de que
o país tem tido crescimento
moderado e com preços ao consumidor estáveis, o que não justificaria a adoção de juros
maiores -hoje a taxa básica está em 5,25% ao ano.
A maioria das regiões indicou
que "a atividade industrial tem
sido lenta, com numerosas indicações de enfraquecimento
da indústria, relacionado com o
setor de construção residencial". O enfraquecimento dos
empréstimos hipotecários
-conseqüência da desaceleração do setor imobiliário- continua pesando mais que a alta
no crédito comercial e industrial, afirmou o Fed.
Sobre o mercado de trabalho,
o Fed novamente reportou
"condições sempre tensas",
que costumam levar a altas de
salários para os trabalhadores
mais qualificados. Mas o aumento nos salários, em seu
conjunto, foi "modesto", afirma o Fed.
Tradução de PAULO MIGLIACCI
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