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Pressionado por alimentos, IPCA-15 sobe 0,59%
DA SUCURSAL DO RIO
Mais um indicador sinaliza a
persistente alta dos preços dos
alimentos: o IPCA-15 subiu
0,59% em abril e superou em
0,36 ponto percentual o índice
de março (0,23%).
O indicador mais do que dobrou em razão dos fortes aumentos dos preços dos alimentos, cuja variação média saltou
de 0,40% em março para 1,28%
em abril. Somente os produtos
alimentícios responderam por
metade do IPCA-15 de abril
-0,28 ponto percentual.
O repique dos alimentos impulsionou o índice acumulado
nos últimos 12 meses: a taxa de
4,94% é maior do que a de
4,55% dos 12 meses encerrados
em março. Está, portanto, acima do centro da meta do governo, fixada em 4,5% -há um intervalo de tolerância de dois
pontos para cima ou para baixo.
Segundo o IBGE, "vários produtos alimentícios apresentaram alta". O destaque ficou
com o pão francês, cujo preço
médio subiu 6,95% em abril.
Foi a maior contribuição individual para o IPCA-15.
Além do pão, todos os demais
derivados de trigo também ficaram mais caros. A farinha subiu 3,71%. Os alimentos que aumentaram na esteira da alta das
commodities no mercado internacional e de problemas de
oferta foram óleo de soja
(8,82%), açúcar cristal (4,89%)
e leite pasteurizado (3,41%).
Segundo Marcela Prada, economista da Tendências, o
IPCA-15 superou as expectativas e sinalizou um risco cada
vez maior de a inflação estourar
a meta. No acumulado em 12
meses, os preços dos alimentos
já registram uma alta de
11,95%. Prada diz, porém, que
alta do custo dos alimentos não
é um problema exclusivo do
Brasil. "O preços estão subindo
em todo o mundo. No Brasil, a
inflação sobe por causa desse
choque externo e não por causa
de pressões de demanda."
Para a economista, o BC teria
de elevar substancialmente os
juros para conter o consumo de
outros produtos e compensar a
pressão dos alimentos, o que
não seria a melhor escolha.
"Em muitos países, a inflação já
supera a meta, e os bancos centrais têm de acomodar esse
choque dos alimentos."
Em abril, além dos alimentos, outros itens importantes
também pressionaram o índice, como álcool (1,36%), gasolina (0,54%), vestuário (1,35%),
energia elétrica (1,30%) e taxa
de água e esgoto (0,98%).
Município de São Paulo
Também divulgado ontem, o
IPC (Índice de Preços ao Consumidor) da Fipe (Fundação
Instituto de Pesquisas Econômicas da USP) registrou inflação de 0,49% na terceira quadrissemana do mês (período de
30 dias até 22 de abril).
O índice foi o mais alto desde
o dado final de janeiro, quando
houve alta de 0,52%. Segundo a
Fipe, o índice da categoria saúde foi o mais alto dentre as sete
que são apuradas, mostrando
avanço de 0,77% no período,
contra 0,39% na quadrissemana imediatamente anterior.
Em seguida veio o índice da
categoria alimentação, com alta de 0,67%. O índice referente
à segunda leitura deste mês havia sido 0,56%. A categoria despesas pessoais teve alta de
0,40%, contra alta de 0,29% na
semana passada. Na categoria
habitação, o índice mostrou alta de 0,51%, contra 0,50% uma
semana antes. Já a categoria
transporte registrou alta de
0,22% -ligeira desaceleração
em relação ao índice anterior,
0,23%. Na categoria vestuário,
o índice teve um recuo, passando para alta de 0,59%, contra
0,77% uma semana antes.
Colaborou a Folha Online
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