São Paulo, sábado, 26 de abril de 2008

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Petrobras registra déficit comercial de US$ 775 mi

Diretor credita resultado do 1º tri à alta do petróleo e ao maior consumo no país

Estatal diz que déficit ocorre porque óleo importado é mais caro que o produzido internamente e que país se mantém auto-suficiente


PEDRO SOARES
DA SUCURSAL DO RIO

A alta do preço do petróleo e o maior consumo de derivados no país fizeram a Petrobras fechar o primeiro trimestre do ano com um déficit de US$ 775 milhões em sua balança comercial de petróleo e derivados (todos os combustíveis, exceto o gás natural).
Oficialmente, a estatal projeta encerrar o ano com um saldo negativo de US$ 475 milhões em sua balança comercial. Mas o diretor de abastecimento da estatal, Paulo Roberto Costa, disse acreditar que a companhia conseguirá reverter o resultado negativo do primeiro trimestre e terminar o ano no azul.
Diante da sua perspectiva otimista, Costa disse que a estatal poderá rever sua projeção nos próximos meses. O motivo, diz, é o crescimento da produção -que permitirá destinar uma parcela maior do óleo extraído para exportação.
"Temos várias plataformas entrando em produção ao longo do ano e, por isso, acredito que o saldo possa até mesmo superar os números de 2007."
No ano passado, a Petrobras obteve saldo de US$ 72 milhões na balança do petróleo e derivados, que historicamente sempre foi negativa. Somente a partir de 2005 a empresa passou a ter superávit.
Costa ressaltou que o déficit é apenas financeiro -por causa do preço mais baixo do óleo pesado produzido no país do que o produto que é importado, mais leve e de maior valor comercial.
Em volume, as exportações de petróleo serão maiores do que as importações neste ano. A estatal prevê vender ao exterior 28 mil barris/dia de óleo e derivados -foram 34 mil em 2007.
Costa ressaltou que o país se mantém auto-suficiente e que não há risco de a produção de óleo ficar abaixo do consumo de derivados neste ano.
Segundo o executivo, o resultado negativo do primeiro trimestre deste ano foi impulsionado especialmente por causa de uma parada técnica programada da refinaria de Paulínia, a maior do país. Em razão da manutenção, a unidade reduziu o processamento de óleo -de 360 mil barris/dia- à metade.
Também influenciaram o desempenho da balança o ritmo acelerado de crescimento da economia brasileira, o maior uso de termelétricas movidas a óleo combustível e a safra agrícola -que se concentra no primeiro trimestre.
Costa evitou falar da aquisição da Esso pela Cosan. Disse apenas que a estatal "vai reavaliar" o caminho a ser seguido na estratégia de ampliar sua atuação no mercado de distribuição de combustíveis.
O executivo também não quis se pronunciar sobre um possível reajuste da gasolina e do diesel, que, segundo apurou a Folha, está sendo avaliado pela estatal.


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