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Petrobras registra déficit comercial de US$ 775 mi
Diretor credita resultado do 1º tri à alta do petróleo e ao maior consumo no país
Estatal diz que déficit ocorre porque óleo importado é
mais caro que o produzido internamente e que país
se mantém auto-suficiente
PEDRO SOARES
DA SUCURSAL DO RIO
A alta do preço do petróleo e
o maior consumo de derivados
no país fizeram a Petrobras fechar o primeiro trimestre do
ano com um déficit de US$ 775
milhões em sua balança comercial de petróleo e derivados (todos os combustíveis, exceto o
gás natural).
Oficialmente, a estatal projeta encerrar o ano com um saldo
negativo de US$ 475 milhões
em sua balança comercial. Mas
o diretor de abastecimento da
estatal, Paulo Roberto Costa,
disse acreditar que a companhia conseguirá reverter o resultado negativo do primeiro
trimestre e terminar o ano no
azul.
Diante da sua perspectiva
otimista, Costa disse que a estatal poderá rever sua projeção
nos próximos meses. O motivo,
diz, é o crescimento da produção -que permitirá destinar
uma parcela maior do óleo extraído para exportação.
"Temos várias plataformas
entrando em produção ao longo do ano e, por isso, acredito
que o saldo possa até mesmo
superar os números de 2007."
No ano passado, a Petrobras
obteve saldo de US$ 72 milhões
na balança do petróleo e derivados, que historicamente
sempre foi negativa. Somente a
partir de 2005 a empresa passou a ter superávit.
Costa ressaltou que o déficit
é apenas financeiro -por causa
do preço mais baixo do óleo pesado produzido no país do que
o produto que é importado,
mais leve e de maior valor comercial.
Em volume, as exportações
de petróleo serão maiores do
que as importações neste ano.
A estatal prevê vender ao exterior 28 mil barris/dia de óleo e
derivados -foram 34 mil em
2007.
Costa ressaltou que o país se
mantém auto-suficiente e que
não há risco de a produção de
óleo ficar abaixo do consumo
de derivados neste ano.
Segundo o executivo, o resultado negativo do primeiro trimestre deste ano foi impulsionado especialmente por causa
de uma parada técnica programada da refinaria de Paulínia, a
maior do país. Em razão da manutenção, a unidade reduziu o
processamento de óleo -de
360 mil barris/dia- à metade.
Também influenciaram o desempenho da balança o ritmo
acelerado de crescimento da
economia brasileira, o maior
uso de termelétricas movidas a
óleo combustível e a safra agrícola -que se concentra no primeiro trimestre.
Costa evitou falar da aquisição da Esso pela Cosan. Disse
apenas que a estatal "vai reavaliar" o caminho a ser seguido na
estratégia de ampliar sua atuação no mercado de distribuição
de combustíveis.
O executivo também não
quis se pronunciar sobre um
possível reajuste da gasolina e
do diesel, que, segundo apurou
a Folha, está sendo avaliado
pela estatal.
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