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Celso Amorim compara álcool a colesterol
DA SUCURSAL DO RIO
O governo federal lançou
mão ontem de uma metáfora
inusitada para defender sua
produção de biocombustível,
frente às acusações de que o
plantio da cana-de-açúcar tem
contribuído para o aumento no
preço dos alimentos. O ministro das Relações Exteriores,
Celso Amorim, comparou o álcool ao colesterol.
"Etanol é como o colesterol:
tem o etanol bom e o etanol
ruim. O etanol de milho provavelmente é ruim, o etanol de cana-de-açúcar é o etanol bom.
Vamos distinguir as coisas e ver
dessa maneira", afirmou em
palestra na Coppe/UFRJ.
O governo defende a produção de álcool a partir da cana-de-açúcar, alegando que na
produção tendo o milho como
matéria-prima se consome
quase a mesma quantidade de
álcool produzida.
Amorim apontou que o subsídio é a principal causa da alta
no preço dos alimentos. "As
pessoas dizem que os biocombustíveis estão impedindo os
alimentos. Não é na África. Porque lá eles não estão produzindo alimentos, e também não estão produzindo biocombustíveis. Na verdade eles não estão
produzindo nada por causa dos
subsídios dos países ricos. Os
países produtores de algodão
na África vivem um grave problema de fome por causa dos
preços internacionais do algodão. Outros sofrem com subsídios de outros produtos", argumentou Amorim.
Demanda
O ministro das Relações Exteriores afirmou que a alta nos
preços dos alimentos é também
decorrente da alta nos custos
de produção -como o aumento
no custo do petróleo- e o incremento na demanda.
"Muita gente que era muito
pobre, e agora é só pobre, agora
está comendo. Isso nós não
queremos reprimir", comentou
Amorim.
(ITALO NOGUEIRA)
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