São Paulo, sábado, 26 de abril de 2008

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Celso Amorim compara álcool a colesterol

DA SUCURSAL DO RIO

O governo federal lançou mão ontem de uma metáfora inusitada para defender sua produção de biocombustível, frente às acusações de que o plantio da cana-de-açúcar tem contribuído para o aumento no preço dos alimentos. O ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, comparou o álcool ao colesterol.
"Etanol é como o colesterol: tem o etanol bom e o etanol ruim. O etanol de milho provavelmente é ruim, o etanol de cana-de-açúcar é o etanol bom. Vamos distinguir as coisas e ver dessa maneira", afirmou em palestra na Coppe/UFRJ.
O governo defende a produção de álcool a partir da cana-de-açúcar, alegando que na produção tendo o milho como matéria-prima se consome quase a mesma quantidade de álcool produzida.
Amorim apontou que o subsídio é a principal causa da alta no preço dos alimentos. "As pessoas dizem que os biocombustíveis estão impedindo os alimentos. Não é na África. Porque lá eles não estão produzindo alimentos, e também não estão produzindo biocombustíveis. Na verdade eles não estão produzindo nada por causa dos subsídios dos países ricos. Os países produtores de algodão na África vivem um grave problema de fome por causa dos preços internacionais do algodão. Outros sofrem com subsídios de outros produtos", argumentou Amorim.

Demanda
O ministro das Relações Exteriores afirmou que a alta nos preços dos alimentos é também decorrente da alta nos custos de produção -como o aumento no custo do petróleo- e o incremento na demanda.
"Muita gente que era muito pobre, e agora é só pobre, agora está comendo. Isso nós não queremos reprimir", comentou Amorim. (ITALO NOGUEIRA)


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