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Mercado Aberto
GUILHERME BARROS - guilherme.barros@grupofolha.com.br
Brasil investiga dumping de produto chinês em 11 processos
A China está sendo investigada por prática de dumping em
todos os 11 produtos sob análise
atualmente no Ministério do
Desenvolvimento. O país é
também o primeiro da lista entre os que já receberam punição por dumping, com 23 medidas corretivas em vigor.
O dumping ocorre quando
um país pratica preços menores no exterior do que no seu
mercado doméstico, desde que
isso provoque danos ao produtor local. É considerado uma
política desleal de comércio,
que pode ser corrigida por
ações antidumping, como uma
taxa adicional para a importação dos produtos de um país.
Segundo a diretora do Decom (Departamento de Defesa
Comercial do Ministério do
Desenvolvimento), Miriam
Barbosa, as investigações contra dumping chinês não são
uma exclusividade do Brasil.
"A China efetivamente produz a custos menores e entra
no mercado externo com preço
mais baixo, que muitas vezes
causa danos à concorrência."
A lista de produtos chineses
investigados é diversificada,
passando por calçados a canetas. Após a finalização da análise, os produtos importados receberão ou não medidas corretivas, conforme o parecer.
No caso da China, as investigações para apurar o preço do
produto não podem ser feitas
no seu mercado doméstico.
"Para fins de defesa comercial,
a China não é considerada ainda uma economia de mercado",
afirma Barbosa.
Isso faz com que as empresas
que solicitam a análise indiquem outro país para que o preço de mercado seja avaliado. Na
investigação de dumping que a
União Europeia faz do calçado
chinês, por exemplo, o mercado-base é o Brasil. No processo
brasileiro sobre o mesmo produto, o mercado avaliado é o
italiano.
O processo contra prática de
dumping no Brasil leva em média entre 12 e 18 meses, segundo Barbosa. O ministro Miguel
Jorge, no entanto, já determinou à equipe do Decom que sejam realizados esforços para a
redução do prazo. Hoje, é possível obter uma medida provisória em 10 meses, diz a diretora.
Consumo de energia reage, mas permanece incerto, diz Comerc
O momento agora é de impasse nos preços do comércio
de energia, segundo Marcelo
Parodi, presidente da Comerc
Comercializadora.
O tombo que a crise deu no
consumo de energia provocou
uma queda nos preços ofertados para 2009, que caíram do
pico de R$ 200/MWh em junho
do ano passado para o patamar
médio de R$ 130/MWh em dezembro. O nível de ofertas reagiu nos últimos meses e agora
está entre R$ 140/MWh e
R$ 145/MWh.
A brusca redução do ano passado, de acordo com Parodi, só
afetou os contratos para 2009.
Para o suprimento de 2010
em diante, os geradores praticaram uma redução bem mais
suave nos preços ofertados, e o
patamar atual alcançou um valor intermediário.
Mas agora, segundo Parodi, o
que vai acontecer com os preços, ninguém sabe. "Agora vai
ser bom comprar energia a R$
145/MWh? Vai cair, vai subir?
A queda de 2009 vai se repetir
em 2010? Ninguém sabe", diz.
"A economia parece estar
reagindo, mas isso pode ser
transitório e apenas um alívio
momentâneo. O futuro do consumo continua incerto", afirma
Parodi.
MALA PRONTA
A presidente da Caixa
Econômica Federal, Maria
Fernanda Coelho, anuncia
amanhã o lançamento do
Crediário Caixa Fácil para o
turismo. Coelho vai assinar
protocolo de intenções com
a Abav (Associação Brasileira de Agências de Viagens)
para iniciar a operação. O
banco tem boa expectativa
para o setor. Prevê investir
R$ 2,2 bilhões em turismo
até o fim do ano. No primeiro
bimestre, a Caixa injetou R$
395 milhões na cadeia produtiva do turismo, alta de
99% ante o mesmo período
de 2008. De 2003, início do
governo Lula, a fevereiro de
2009, foram destinados R$ 5
bilhões ao segmento.
TAMBAQUI NA EUROPA
Pedro Furlan Cavalcanti, presidente da Nativ
Pescados, que produz em
cativeiro peixes amazônicos, lança seu produto no
exterior na feira Sea
Food, entre os dias 28 e
30, em Bruxelas. Ele já
tem 20 clientes prospectados, de países como Suíça, Alemanha e Emirados
Árabes. Com o lançamento dos produtos no Brasil
em setembro de 2008, a
empresa obteve neste mês
a habilitação para exportar. A meta é faturar R$
40 milhões em 2009 e exportar 30% da produção.
"A Nativ foi criada com
foco na exportação. O peixe amazônico tem apelo
na Europa e não tem restrições de entrada."
REGIONAL
Os impactos provocados
pela crise têm variado muito
entre as regiões do Brasil nos
últimos meses. São Paulo está entre os 12 Estados que
mais registraram redução do
Índice de Vendas do Comércio, desde o aprofundamento das turbulências, em setembro de 2008. Essa é uma
das variáveis analisadas por
Fernando Blumenschein,
coordenador de Projetos da
FGV Projetos, responsável
pelo estudo "O Impacto da
Crise nas Economias Regionais", que será apresentado
no próximo dia 28, em seminário na Escola de Administração de Empresas da Fundação Getulio Vargas, em
São Paulo.
com JOANA CUNHA e MARINA GAZZONI
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