São Paulo, segunda-feira, 26 de abril de 2010

Próximo Texto | Índice

Mercado Aberto

MARIA CRISTINA FRIAS - cristina.frias@uol.com.br

Bolsa do Brasil está entre as piores na AL

O Brasil é o país de pior desempenho na Bolsa, dentre os principais mercados da América Latina neste ano.
Com alta de 1,2%, o país ainda ficou abaixo da média dos emergentes, pelo índice MSCI, que registrou elevação de 3,2% no período. A perspectiva de aumento de juros e a proximidade das eleições são razões apontadas por analistas para o fraca performance do Brasil.
Entre as sete principais Bolsas latinas, a do Peru é a que mais se valorizou, com alta de 11,3%. Venezuela, Colômbia, Chile, México e Argentina também subiram mais que o Brasil, de acordo com dados da consultoria Economática, até quinta-feira passada.
As ações dos principais mercados latinos, por sua vez, tiveram apreciação inferior à média dos países emergentes, que foi pior que o desempenho de ações globais, segundo relatório do Citi, do dia 19.
Essa tendência é oposta ao que ocorreu em 2009, quando a Bolsa brasileira bateu a média latina, que havia sido melhor do que a dos emergentes e que a do mundo, conforme lembra o relatório do banco.
Preocupação com as eleições e com o novo ciclo de alta de juros são apontados como fatores que têm depreciado a Bolsa brasileira. O relatório também registra a pífia performance de Petrobras (-11%, em dólar), em razão da emissão que está por vir, além do desempenho do setor de energia, que explica 60% do baixo retorno da Bolsa brasileira neste ano.
No longo prazo, analistas do Citi afirmam continuar positivos, mas projetam ganhos modestos no continente em 2010.

FERMENTO NA MASSA
A Mr. Bey, empresa paulista especializada em sobremesas, prepara-se para entrar no mercado norte-americano. "Estamos na fase de definir a embalagem", diz o sócio Marcelo Beyruti. As exportações devem ter início ainda no segundo semestre, com foco no Estado da Flórida. Por ser um produto congelado, a logística dificulta a exportação e até mesmo a ampliação do mercado interno, segundo Beyruti. A empresa, com sede em Campinas (SP), fabrica 70 toneladas de sobremesas por mês e distribui para 12 Estados brasileiros mais o Distrito Federal. A expectativa da empresa é crescer 30% neste ano. A Mr. Bey é resultado da fusão que ocorreu em 2005 entre a Holandesa & Cia, fundada em 1991, e a Alibey, criada em 1997.

MINEIRÃO COMPARTILHADO
O edital de consulta pública para o Mineirão, o Estádio Governador Magalhães Pinto, em Belo Horizonte, sai na próxima quinta-feira. O modelo será de gestão compartilhada entre o governo do Estado, a iniciativa privada, clubes e federação. O Estado vai fiscalizar o cumprimento das regras previamente estabelecidas com os clubes e o concessionário. A iniciativa privada terá de modernizar o estádio até o final de 2012 e fazer a manutenção por 25 anos. Para garantir a qualidade da gestão, serão estabelecidos indicadores. "Não será uma concessão, é um outro modelo. Hoje, é uma autarquia", diz o governador Antonio Anastasia (PSDB-MG).

SOB NUVEM DE CINZAS
O problema do euro não é a Grécia, a Espanha ou a Alemanha. É a Europa, afirma relatório do Société Générale.
Ilhado na Finlândia, graças à paralisação em aeroportos, o analista Dylan Grice afirma que não há um sentimento de "nós" no continente. Esse é o primeiro teste do euro e os sinais não são bons: 40% dos alemães pensam que a economia estaria melhor se estivessem fora da UE. Perguntam-se por que contribuintes alemães devem se aposentar aos 60, e os gregos, aos 50. O padrão-ouro foi considerado "relíquia bárbara". Diante dos efeitos da crise de 29, a austeridade e o doloroso desemprego para manter a paridade ao padrão se tornaram impensáveis, afirma Grice.
Quanto tempo ainda levará para que as "desvalorizações internas" de hoje se tornem também inaceitáveis e para o "pobre euro se tornar a "relíquia bárbara do século 21?'".

GUERRA ÀS SACOLAS
A rede Carrefour suspendeu há um mês a distribuição em loja de Piracicaba de mais de 500 mil das sacolas plásticas. Até 2014, as embalagens tradicionais devem ser abolidas da rede Carrefour Hiper e Bairro. A iniciativa é adotada em grande parte da Europa, em Washington e já tem adesão do governo do Rio de Janeiro.

REAÇÃO
A Plastivida, que reúne fabricantes das sacolas plásticas, critica a ação do Carrefour. "Em alguns anos, eles vão parar de usar as embalagens, mas, enquanto isso, a sacola distribuída por eles atualmente causa desperdício, pois não suporta o peso das compras, o que estimula o cliente a usar mais de uma sacola", afirma Francisco Esmeraldo, presidente da entidade.

RETORNÁVEIS
O Carrefour responde que "a empresa está apoiada em diretrizes de sustentabilidade". Outra rede varejista, o grupo Pão de Açúcar tem outras ações para evitar o uso, como o incentivo a sacolas retornáveis.

TIJOLO
A Odebrecht Realizações Imobiliárias inaugura em Santos um empreendimento de R$ 131 milhões, voltado para públicos das classes A e B. Com 300 unidades residenciais, irá ocupar área de 7.000 metros quadrados. Trata-se do segundo lançamento da empresa neste ano no Estado de São Paulo. Ainda estão previstos outros projetos na Bahia, em Belo Horizonte e no Rio.

EMPREGO
O número de trabalhadores terceirizados nas prestadoras de serviços de telecomunicações cresce cerca de 13% ao ano. Em 2010, deve chegar a 598 mil, segundo o Sindicato Nacional de Prestadoras de Serviços de Telecomunicações.

TECNOLOGIA
Entre 1999 e 2009, cresceu 3,3% o orçamento de tecnologia da informação em empresas ouvidas por pesquisa realizada pelo Grupo Gartner Executive Programs, com 1.600 diretores de TI. De 2008 para 2009, houve redução equivalente a 8,1%. O trabalho será divulgado pela "Ibef News".


com JOANA CUNHA e ALESSANDRA KIANEK


Próximo Texto: Receita vai autuar investidores da Bolsa
Índice


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.