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Alta do dólar pode ajudar a reduzir dívida
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
A recente alta do dólar, que
anteontem chegou a alcançar a casa de R$ 2,40, deverá
ajudar o governo na redução
da dívida pública. Segundo
estimativa do Banco Central,
1% de valorização da moeda
norte-americana provoca
uma queda de aproximadamente R$ 400 milhões no
endividamento público.
No mês, a cotação média
do dólar -usada pelo BC no
cálculo das estatísticas fiscais- já havia registrado alta
de 10,8%. Isso significaria ganho de mais de R$ 4 bilhões
para as contas públicas.
Esse efeito decorre das políticas adotadas pelo BC desde o ano passado justamente
para tentar conter a queda
do dólar. Uma das estratégias foi vender no mercado
os chamados contratos de
"swap reverso". Na prática, é
como se o mercado tivesse
dívida em dólar a receber do
BC. Sempre que o dólar sobe,
a dívida pública cai.
Em março, a relação entre
dívida e PIB estava em 51,8%.
Para o chefe do Departamento Econômico do BC, Altamir Lopes, a alta do dólar nos
últimos dias deve fazer com
que a relação entre dívida e
PIB caia novamente neste
mês. Nas contas dele, caso o
dólar chegue ao final de maio
negociada a R$ 2,40, a proporção cairia a 50,6%.
Mesmo que o dólar caia,
Lopes diz que a tendência é
que o endividamento do setor público, em relação ao
PIB, continue caindo. Para
ele, se o dólar se estabilizar
em R$ 2,20, a proporção iria
para 50% até o final do ano.
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