São Paulo, sexta-feira, 26 de maio de 2006

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Alta do dólar pode ajudar a reduzir dívida

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

A recente alta do dólar, que anteontem chegou a alcançar a casa de R$ 2,40, deverá ajudar o governo na redução da dívida pública. Segundo estimativa do Banco Central, 1% de valorização da moeda norte-americana provoca uma queda de aproximadamente R$ 400 milhões no endividamento público.
No mês, a cotação média do dólar -usada pelo BC no cálculo das estatísticas fiscais- já havia registrado alta de 10,8%. Isso significaria ganho de mais de R$ 4 bilhões para as contas públicas.
Esse efeito decorre das políticas adotadas pelo BC desde o ano passado justamente para tentar conter a queda do dólar. Uma das estratégias foi vender no mercado os chamados contratos de "swap reverso". Na prática, é como se o mercado tivesse dívida em dólar a receber do BC. Sempre que o dólar sobe, a dívida pública cai.
Em março, a relação entre dívida e PIB estava em 51,8%. Para o chefe do Departamento Econômico do BC, Altamir Lopes, a alta do dólar nos últimos dias deve fazer com que a relação entre dívida e PIB caia novamente neste mês. Nas contas dele, caso o dólar chegue ao final de maio negociada a R$ 2,40, a proporção cairia a 50,6%.
Mesmo que o dólar caia, Lopes diz que a tendência é que o endividamento do setor público, em relação ao PIB, continue caindo. Para ele, se o dólar se estabilizar em R$ 2,20, a proporção iria para 50% até o final do ano.


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