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Cade aprova a fusão Sky-DirecTV
Partidas dos principais campeonatos de futebol não poderão ser transmitidas com exclusividade
Sky Brasil deverá oferecer o mesmo preço e os mesmos pacotes em todo o país; promoções podem ser feitas por, no máximo, 90 dias
HUMBERTO MEDINA
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica)
aprovou ontem, com restrições, a fusão da Sky com a DirecTV. A nova empresa de TV
por assinatura que surgiu da fusão -a Sky Brasil- não poderá
ter contratos de exclusividade
para transmitir jogos de futebol
dos campeonatos Brasileiro,
Copa do Brasil, Libertadores e
estaduais de São Paulo e do Rio
de Janeiro. A restrição vale por
cinco anos e só para transmissões no país.
Segundo o relatório enviado
pela Anatel (Agência Nacional
de Telecomunicações) ao Cade,
a união Sky-DirecTV resultará,
além da perda de um concorrente, numa empresa com cerca de 97% do mercado de provimento de TV por assinatura na
plataforma DTH ("direct to home", por meio de satélite) e
mais de 34% do mercado nacional de TV por assinatura.
Por determinação do Cade, a
Sky Brasil deverá oferecer o
mesmo preço (descontado o
ICMS) e os mesmos pacotes em
todo o país. Promoções localizadas só poderão ser feitas por,
no máximo, 90 dias. "A concorrência nos principais mercados, Rio e São Paulo, vai determinar o preço nos mercados
menos competitivos", disse o
conselheiro Luiz Carlos Prado,
relator do processo no Cade.
Os atuais assinantes da DirecTV que migrarem para a nova empresa terão direito a manter, por três anos, os canais pagos de conteúdo nacional.
Todos os canais pagos de
conteúdo nacional que estão na
grade da DirecTV deverão estar
chegando a 20% da base de assinantes da Sky Brasil em um
prazo de seis meses.
A votação da fusão foi concluída em dois dias. Na quarta-feira, Prado leu seu voto, mas
houve pedido de vistas por parte do conselheiro Ricardo Cueva, que apresentou ontem um
relatório substituto, que foi
aprovado.
No novo relatório, a restrição
para que a Sky Brasil não pudesse ter exclusividade nos
principais campeonatos de futebol do país foi abrandada:
caiu de dez para cinco anos.
"Houve uma correção no que
se refere ao tempo. Não creio
que haja diferença substancial.
Esses mercados são muito dinâmicos. Daqui a cinco anos,
inclusive, pode haver alterações nos campeonatos mais importantes", disse Prado, que
concordou com a mudança.
Empresas ligadas ao grupo
Globo não poderão vetar a contratação de programas de conteúdo nacional para a grade da
Sky Brasil. "Ela não pode vetar
um concorrente", explicou Prado. O grupo Globo, no ramo de
TV por assinatura, tem a Net e
participação na Sky Brasil.
A decisão de ontem do Cade
não afeta os diretor de exclusividade da Net em relação ao
campeonato brasileiro. Esse
assunto será tratado em outro
julgamento.
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