São Paulo, sexta-feira, 26 de maio de 2006

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Juros futuros terminam o pregão com forte queda

Mercado ainda tem dúvidas sobre a decisão do Copom

DA REPORTAGEM LOCAL

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Apesar da melhora do humor do mercado, o pregão da BM&F foi bastante movimentado. Os juros futuros encontraram espaço para recuar, após a considerável elevação de anteontem.
O número de contratos DI (Depósito Interfinanceiro) girados chegou a quase 1 milhão, um dos mais altos volumes do ano. No DI com vencimento programado para a virada do ano, a taxa recuou de 15,64% para 15,29% anuais.
No contrato que vence no próximo mês, a taxa caiu de 15,48% para 15,40%.
Com a volatilidade do mercado, não há unanimidade de opiniões para a decisão do Copom na próxima semana. Boa parte do mercado espera que a taxa seja reduzida dos atuais 15,75% para 15,25%. Mas há quem não descarte a possibilidade de os juros ficarem inalterados.
"O ambiente mais conturbado pode influenciar essa decisão do Copom, mas não deve alterar a trajetória de queda dos juros até o final deste ano", diz Maristella Ansanelli, economista-chefe do banco Fibra.
O crescimento da turbulência no mercado nesta semana levou o Tesouro Nacional a realizar leilões de compra e venda de títulos públicos que não estavam programados.
Segundo avaliação do ministro Guido Mantega (Fazenda), a estratégia do Tesouro na rolagem da dívida nos últimos dias foi uma resposta a uma "situação mais estressada". O Tesouro voltou a emitir papéis pós-fixados (LFT), comprou e vendeu títulos corrigidos por índices de preços (NTN-B) -preferidos dos estrangeiros- e suspendeu a venda de títulos prefixados (LTN e NTN-F).
"Isso foi para dar conta de uma situação mais estressada. Para acalmar os investidores, dar segurança a eles. Não é um retrocesso", declarou o ministro. Ele acrescentou que essa foi uma situação "pontual" que exigiu uma resposta "pontual". "Não quer dizer que vamos voltar a emitir LFT adoidado."
O governo vem tentando reduzir a parcela de títulos pós-fixados na composição da dívida pública para não sofrer os efeitos negativos de eventuais elevações nas taxas de juros. As LFTs são corrigidas pela Selic.
Para Mantega, os movimentos realizados pelo Tesouro nesta semana não significam mudança de rota. "Episodicamente podemos ter um retrocesso para atender uma situação especial. Mas a situação já está passando. Portanto, continuaremos nossa rota", disse.


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