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Aquecido, setor siderúrgico investe 100% a mais ao ano
Aportes já anunciados de 2007 até 2012 somam US$ 15 bi, ante US$ 19 bi que foram aplicados nos 12 anos anteriores
Capacidade de produção de aço bruto deve passar de 37 milhões de t por ano para
51 milhões de t em 2012
PAULO PEIXOTO
DA AGÊNCIA FOLHA, EM BELO HORIZONTE
Com o aquecimento da economia e o conseqüente incremento da produção de aço, o setor siderúrgico brasileiro prevê
dobrar os investimentos anuais
médios até 2012.
Em 12 anos, de 1994 a 2006, a
soma dos investimentos na siderurgia nacional foi de US$ 19
bilhões. Agora, os aportes previstos para cinco anos (2007-2012) já somam US$ 15 bilhões
-e podem ser ainda maiores.
No período de investimento
contabilizado até o ano passado, a média anual de aportes
feitos pelo setor foi de US$ 1,58
bilhão. E, a partir deste ano e
nos próximos quatro anos, a
média anual será de US$ 3 bilhões, quase 100% de crescimento.
Os dados são da ABM (Associação Brasileira de Metalurgia
e Materiais), que promoveu em
Belo Horizonte nesta semana o
38º Seminário Internacional
de Aciaria.
Presidente da ABM e da Arcelor Brasil, José Armando de
Figueiredo Campos disse que
esses investimentos estão sendo feitos para aumentar a capacidade de produção anual de
aço bruto, que passaria dos
atuais 37 milhões de toneladas
para 51 milhões de toneladas
em 2012.
Mas, apesar do cenário de expansão dos negócios (o aquecimento de 15% na demanda superou o projetado pelo setor,
8,6%, no primeiro trimestre) e
do cenário futuro promissor, as
siderúrgicas têm também desafios pela frente, já que o dólar
está desvalorizado -o que eleva o preço e diminui o faturamento em reais com as exportações-, e os custos, maiores.
Segundo Campos, para manter a competitividade, o setor
terá que fazer novos estudos
para saber onde reduzir custos.
De acordo com as informações dos principais grupos siderúrgicos, os valores se aproximam. Os maiores investimentos serão feitos pelo sistema Usiminas (US$ 5,7 bilhões),
até 2011, e pela Companhia Siderúrgica Nacional (US$ 6 bilhões), até 2012.
Nos próximos dois anos, a
Arcelor Brasil projeta investir
US$ 1,28 bilhão em expansão e
modernização. Neste ano, o
grupo Gerdau vai investir no
Brasil US$ 820 milhões, principalmente na expansão de capacidade da Açominas.
Mas, em razão de o mercado
estar aquecido e da competição, o grupo Usiminas poderá
até antecipar a segunda fase do
seu investimento, por enquanto com previsão de conclusão
em 2015. São mais US$ 2,7 bilhões para a instalação de uma
nova usina, somando US$ 8,4
bilhões em investimentos nas
duas fases.
O sistema Usiminas (Usiminas e Cosipa) incorporará mais
5 milhões de toneladas de aço
líquido à sua produção atual,
que já beira os 10 milhões de toneladas por ano.
"É sem dúvida o investimento que se destaca no Brasil e até
mesmo no contexto mundial. É
um valor bastante expressivo",
disse à Folha o presidente do
sistema Usiminas, Rinaldo
Campos Soares.
A Usiminas busca a expansão
para continuar líder no fornecimento de aços planos no
mercado interno, priorizando
mercados que demandam aços
de maior valor agregado e procurando reforçar sua posição
no mercado externo.
Os investimentos da CSN são
para a implantação de mais
duas usinas siderúrgicas, acrescendo mais 9 milhões de toneladas de aço à sua produção,
que totalizaria 15 milhões.
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