São Paulo, sábado, 26 de maio de 2007

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Aquecido, setor siderúrgico investe 100% a mais ao ano

Aportes já anunciados de 2007 até 2012 somam US$ 15 bi, ante US$ 19 bi que foram aplicados nos 12 anos anteriores

Capacidade de produção de aço bruto deve passar de 37 milhões de t por ano para 51 milhões de t em 2012


PAULO PEIXOTO
DA AGÊNCIA FOLHA, EM BELO HORIZONTE

Com o aquecimento da economia e o conseqüente incremento da produção de aço, o setor siderúrgico brasileiro prevê dobrar os investimentos anuais médios até 2012.
Em 12 anos, de 1994 a 2006, a soma dos investimentos na siderurgia nacional foi de US$ 19 bilhões. Agora, os aportes previstos para cinco anos (2007-2012) já somam US$ 15 bilhões -e podem ser ainda maiores.
No período de investimento contabilizado até o ano passado, a média anual de aportes feitos pelo setor foi de US$ 1,58 bilhão. E, a partir deste ano e nos próximos quatro anos, a média anual será de US$ 3 bilhões, quase 100% de crescimento.
Os dados são da ABM (Associação Brasileira de Metalurgia e Materiais), que promoveu em Belo Horizonte nesta semana o 38º Seminário Internacional de Aciaria.
Presidente da ABM e da Arcelor Brasil, José Armando de Figueiredo Campos disse que esses investimentos estão sendo feitos para aumentar a capacidade de produção anual de aço bruto, que passaria dos atuais 37 milhões de toneladas para 51 milhões de toneladas em 2012.
Mas, apesar do cenário de expansão dos negócios (o aquecimento de 15% na demanda superou o projetado pelo setor, 8,6%, no primeiro trimestre) e do cenário futuro promissor, as siderúrgicas têm também desafios pela frente, já que o dólar está desvalorizado -o que eleva o preço e diminui o faturamento em reais com as exportações-, e os custos, maiores.
Segundo Campos, para manter a competitividade, o setor terá que fazer novos estudos para saber onde reduzir custos.
De acordo com as informações dos principais grupos siderúrgicos, os valores se aproximam. Os maiores investimentos serão feitos pelo sistema Usiminas (US$ 5,7 bilhões), até 2011, e pela Companhia Siderúrgica Nacional (US$ 6 bilhões), até 2012.
Nos próximos dois anos, a Arcelor Brasil projeta investir US$ 1,28 bilhão em expansão e modernização. Neste ano, o grupo Gerdau vai investir no Brasil US$ 820 milhões, principalmente na expansão de capacidade da Açominas.
Mas, em razão de o mercado estar aquecido e da competição, o grupo Usiminas poderá até antecipar a segunda fase do seu investimento, por enquanto com previsão de conclusão em 2015. São mais US$ 2,7 bilhões para a instalação de uma nova usina, somando US$ 8,4 bilhões em investimentos nas duas fases.
O sistema Usiminas (Usiminas e Cosipa) incorporará mais 5 milhões de toneladas de aço líquido à sua produção atual, que já beira os 10 milhões de toneladas por ano.
"É sem dúvida o investimento que se destaca no Brasil e até mesmo no contexto mundial. É um valor bastante expressivo", disse à Folha o presidente do sistema Usiminas, Rinaldo Campos Soares.
A Usiminas busca a expansão para continuar líder no fornecimento de aços planos no mercado interno, priorizando mercados que demandam aços de maior valor agregado e procurando reforçar sua posição no mercado externo.
Os investimentos da CSN são para a implantação de mais duas usinas siderúrgicas, acrescendo mais 9 milhões de toneladas de aço à sua produção, que totalizaria 15 milhões.


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