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Negócios do mercado futuro no Brasil avançam 81% neste ano
DA REDAÇÃO
O avanço dos fundos no mercado futuro de produtos agrícolas ocorre também no Brasil,
um dos maiores produtores
mundiais de alimentos.
As operações na Bolsa de
Mercadorias & Futuros registram, nos quatro primeiros meses deste ano, crescimento de
81% no volume financeiro
agropecuário em relação a igual
período de 2007.
A expansão das negociações
futuras neste mercado por aqui
foi de 64% no ano passado, taxa
bem acima dos 25% da média
mundial. Apesar disso, os investimentos em aplicações
agrícolas ainda representam
apenas 0,6% do total das negociações da BM&F, abaixo dos
4% da média mundial.
Mas o crescimento das negociações agrícolas no Brasil não
se reduz à participação dos fundos, que aparecem no mercado
quando cresce a liquidez -ou
seja, quando aumentam os participantes nessas negociações.
Segundo Ivan Wedekin, diretor de Produtos do Agronegócio e Energia da BM&F, o agronegócio deslancha no Brasil e o
setor busca cada vez mais proteção para seus negócios, principalmente devido à volatilidade dos preços.
A Bolsa tem hoje uma participação maior de frigoríficos,
cooperativas, indústrias etc.
O aumento dos participantes
do mercado físico agrícola eleva o movimento na Bolsa e atrai
também bancos e fundos. Esses
novos participantes dão maior
liquidez à Bolsa, permitindo
aos investidores melhor entrada e saída do mercado.
Wedekin diz que os fundos
sempre operaram nos contratos agrícolas. "Eles [os fundos]
não comem milho nem soja
nem usam álcool no carro; apenas potencializam os efeitos
que vêm do mercado real."
Quem cria os mercados são os
"hedgers" naturais (cooperativas, produtores, traders, exportadores)."
No ano passado, a Bolsa negociou o correspondente a 3,4
safras de café e a 2 vezes as exportações brasileiras de carnes.
Milho e soja, que antes tinham
pouco movimento, têm agora
negócios que representam 10%
da produção nacional.
Diante do potencial do agronegócio brasileiro, os estrangeiros já representam 17% dos
negócios das operações na
BM&F e em alguns produtos
eles têm a participação de 30%
das posições em aberto.
Queda dos juros
A participação dos fundos de
investimento nas negociações
do mercado futuro de agrícolas
pelo mundo vem crescendo
desde o início da década, quando o governo norte-americano
reduziu a taxa de juros.
As aplicações de renda fixa ficaram menos atraentes e essas
instituições foram buscar riscos em outros investimentos.
Além da redução dos juros
nos Estados Unidos, os fundos
perceberam que a China sinalizava com demanda forte, o que
os levou para as commodities
-principalmente ouro, petróleo e minérios, afirma Victor
Abou Nehmi Filho, gerente da
Sparta, administradora de fundos de investimento.
Mais recentemente, os desajustes entre oferta e demanda
de alimentos -evidenciados
ainda mais pela elevação de
renda nos países emergentes-
abriram novo mercado para esses fundos, que passaram a
atuar de forma mais agressiva
nos agrícolas, principalmente
grãos negociados em Chicago.
Os números do milho mostram os sinais desses fundos
nas negociações em Chicago.
No início da década, eram negociadas 3,5 safras por ano. Em
abril, esse volume era de 1,5 safra, atingindo 10 safras nos últimos 12 meses.
(MZ)
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