São Paulo, terça-feira, 26 de maio de 2009

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Usiminas demite 810 até próximo sábado

Empresa diz que medida é necessária devido à baixa adesão ao PDV e por causa de retração na demanda

CLAUDIA ROLLI
DA REPORTAGEM LOCAL

O grupo Usiminas iniciou, no último sábado, a demissão de 810 funcionários das unidades de Ipatinga (MG), Cubatão (SP) e da sede da companhia em Belo Horizonte (MG). Os desligamentos devem ocorrer até o próximo sábado e representam 6% do número total de empregados -ou 14.097.
Em Cubatão, a empresa demitiu 300 trabalhadores entre sábado e ontem, segundo informações do Sindicato dos Siderúrgicos e Metalúrgicos da Baixada Santista. Em assembleia realizada ontem à noite, os funcionários decidiram parar a unidade em protesto às dispensas. Na usina de Cubatão, trabalham 5.188 empregados.
O grupo Usiminas informou que, além das verbas legais, os 810 empregados que estão sendo demitidos desde o final de semana vão receber gratificações que variam de 0,10 a 1,80 da remuneração por cada ano de trabalho.
As demissões foram necessárias, segundo explicou a empresa, por causa da "severa retração na demanda por produtos siderúrgicos tanto no Brasil quanto no mercado internacional" e porque as adesões ao PDV (Programa de Demissão Voluntária) ficaram abaixo da expectativa da empresa.
O programa de desligamento, iniciado no dia 4 deste mês e encerrado na última sexta-feira, teve a adesão de 516 empregados das usinas de Ipatinga e de Cubatão e da sede da companhia. "O número de adesões ao PDV da Usiminas foi considerado aquém das necessidades da empresa. Por isso, a siderúrgica terá que ampliar a adequação em seu quadro de pessoal."
Informou ainda que "tal medida visa reduzir os custos com pessoal ao nível histórico de 10% dos custos totais, preservando a sustentabilidade da empresa em um cenário de alta complexidade. Atualmente, a Usiminas opera com apenas metade de sua capacidade instalada e com somente dois de seus cinco altos-fornos acesos."
Há duas semanas, a Usiminas informou que teve prejuízo líquido de R$ 112 milhões no primeiro trimestre deste ano, ante lucro de R$ 712 milhões no mesmo período de 2008.

Reação
O presidente do Sindicato dos Siderúrgicos e Metalúrgicos da Baixada Santista, Alvemi Cardoso Alves, disse ontem que a paralisação da categoria deve ser por tempo indeterminado e que vai depender do "fôlego" dos trabalhadores.
"Na reunião que tivemos na semana passada para discutir campanha salarial, ouvimos da diretoria de Recursos Humanos que a meta é cortar 1.600 funcionários em todas as unidades do grupo", afirmou.
Os trabalhadores têm data-base em maio e pedem 2% de aumento real, além de 5,83% de reposição salarial, medida pelo INPC. A empresa ofereceu 3,2% de reajuste.


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