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Usiminas demite 810 até próximo sábado
Empresa diz que medida é necessária devido à baixa adesão ao PDV e por causa de retração na demanda
CLAUDIA ROLLI
DA REPORTAGEM LOCAL
O grupo Usiminas iniciou, no
último sábado, a demissão de
810 funcionários das unidades
de Ipatinga (MG), Cubatão (SP)
e da sede da companhia em Belo Horizonte (MG). Os desligamentos devem ocorrer até o
próximo sábado e representam
6% do número total de empregados -ou 14.097.
Em Cubatão, a empresa demitiu 300 trabalhadores entre
sábado e ontem, segundo informações do Sindicato dos Siderúrgicos e Metalúrgicos da Baixada Santista. Em assembleia
realizada ontem à noite, os funcionários decidiram parar a
unidade em protesto às dispensas. Na usina de Cubatão, trabalham 5.188 empregados.
O grupo Usiminas informou
que, além das verbas legais, os
810 empregados que estão sendo demitidos desde o final de
semana vão receber gratificações que variam de 0,10 a 1,80
da remuneração por cada ano
de trabalho.
As demissões foram necessárias, segundo explicou a empresa, por causa da "severa retração na demanda por produtos
siderúrgicos tanto no Brasil
quanto no mercado internacional" e porque as adesões ao
PDV (Programa de Demissão
Voluntária) ficaram abaixo da
expectativa da empresa.
O programa de desligamento, iniciado no dia 4 deste mês e
encerrado na última sexta-feira, teve a adesão de 516 empregados das usinas de Ipatinga e
de Cubatão e da sede da companhia. "O número de adesões ao
PDV da Usiminas foi considerado aquém das necessidades
da empresa. Por isso, a siderúrgica terá que ampliar a adequação em seu quadro de pessoal."
Informou ainda que "tal medida visa reduzir os custos com
pessoal ao nível histórico de
10% dos custos totais, preservando a sustentabilidade da
empresa em um cenário de alta
complexidade. Atualmente, a
Usiminas opera com apenas
metade de sua capacidade instalada e com somente dois de
seus cinco altos-fornos acesos."
Há duas semanas, a Usiminas
informou que teve prejuízo líquido de R$ 112 milhões no primeiro trimestre deste ano, ante
lucro de R$ 712 milhões no
mesmo período de 2008.
Reação
O presidente do Sindicato
dos Siderúrgicos e Metalúrgicos da Baixada Santista, Alvemi
Cardoso Alves, disse ontem que
a paralisação da categoria deve
ser por tempo indeterminado e
que vai depender do "fôlego"
dos trabalhadores.
"Na reunião que tivemos na
semana passada para discutir
campanha salarial, ouvimos da
diretoria de Recursos Humanos que a meta é cortar 1.600
funcionários em todas as unidades do grupo", afirmou.
Os trabalhadores têm data-base em maio e pedem 2% de
aumento real, além de 5,83% de
reposição salarial, medida pelo
INPC. A empresa ofereceu
3,2% de reajuste.
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