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Confiança do consumidor se recupera
Índice da Fundação Getulio Vargas tem 3ª alta seguida e revela intenção de comprar mais bens duráveis
PEDRO SOARES
DA SUCURSAL DO RIO
CIRILO JUNIOR
DA FOLHA ONLINE, NO RIO
Aos poucos, o consumidor
retoma a confiança, abalada
ainda pela crise. Em maio, o Índice de Confiança do Consumidor da FGV subiu 1,3% -passou de 99,2 pontos em abril para 100,5 pontos neste mês. Está, porém, distante ainda do patamar anterior à crise -em setembro de 2008, havia ficado
em 110,2 pontos.
Trata-se do terceiro mês consecutivo de crescimento do indicador, o que indica uma recuperação dos níveis de confiança
do consumidor.
De acordo com os dados da
FGV, o consumidor avaliou, em
maio, melhor a situação futura
e demostrou que está até mais
disposto a comprar bens duráveis.
O índice de expectativa para
os próximos seis meses subiu
1,6%, enquanto o que mede a situação presente aumentou
1,1% de abril para março. Dos
entrevistados, 13,3% disseram
que vão comprar mais nos próximos meses -o percentual era
de 12,9% em abril.
Para a economista Viviane
Bittencourt, da FGV, a melhora
não significa o fim das incertezas do consumidor quanto ao
cenário econômico. Um dos
pontos negativos, diz, é a expectativa em relação à evolução
do mercado de trabalho.
Segundo a pesquisa, o percentual de entrevistados que
fazem uma avaliação positiva
do mercado de trabalho está
em apenas 24,3% -pouco acima dos 24% registrados em
abril, mas em um patamar histórico muito baixo ainda.
Outro dado ruim é a percepção dos consumidores sobre a
situação atual financeira da família, que caiu 1,5% -para
100,7 pontos em maio, o menor
patamar desde março de 2007.
"Há uma melhora, mas não
significa otimismo. Não dá para
dizer que o consumidor recuperou a confiança, pela avaliação que ele faz da situação financeira da família. Nesse quesito, a percepção dele sobre o
mercado de trabalho, que não é
boa, pesa bastante", afirmou.
Segundo a economista, o
"consumidor vê uma melhora
no ambiente econômico, mas
não sente ainda no bolso" tal
reação.
Bittencourt ressaltou ainda
que a confiança do consumidor
de menor renda (até R$ 2.100)
demora a se recuperar. É que,
de acordo com ela, essa classe
foi abatida mais tardiamente
pela crise internacional, diferentemente dos consumidores
com maior renda, que sentiram
mais rapidamente os efeitos da
turbulência global.
A confiança do consumidor
com renda de até R$ 2.100 recuou 2% de abril para maio.
Desde outubro, acumula retração de 13,6%.
Já na outra ponta, a confiança dos que ganham mais -acima de R$ 9.600- subiu 3,7% na
passagem de abril para maio.
Desde outubro, porém, há uma
queda acumulada de 10,5%.
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