São Paulo, terça-feira, 26 de maio de 2009

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Confiança do consumidor se recupera

Índice da Fundação Getulio Vargas tem 3ª alta seguida e revela intenção de comprar mais bens duráveis

PEDRO SOARES
DA SUCURSAL DO RIO

CIRILO JUNIOR
DA FOLHA ONLINE, NO RIO

Aos poucos, o consumidor retoma a confiança, abalada ainda pela crise. Em maio, o Índice de Confiança do Consumidor da FGV subiu 1,3% -passou de 99,2 pontos em abril para 100,5 pontos neste mês. Está, porém, distante ainda do patamar anterior à crise -em setembro de 2008, havia ficado em 110,2 pontos.
Trata-se do terceiro mês consecutivo de crescimento do indicador, o que indica uma recuperação dos níveis de confiança do consumidor.
De acordo com os dados da FGV, o consumidor avaliou, em maio, melhor a situação futura e demostrou que está até mais disposto a comprar bens duráveis.
O índice de expectativa para os próximos seis meses subiu 1,6%, enquanto o que mede a situação presente aumentou 1,1% de abril para março. Dos entrevistados, 13,3% disseram que vão comprar mais nos próximos meses -o percentual era de 12,9% em abril.
Para a economista Viviane Bittencourt, da FGV, a melhora não significa o fim das incertezas do consumidor quanto ao cenário econômico. Um dos pontos negativos, diz, é a expectativa em relação à evolução do mercado de trabalho.
Segundo a pesquisa, o percentual de entrevistados que fazem uma avaliação positiva do mercado de trabalho está em apenas 24,3% -pouco acima dos 24% registrados em abril, mas em um patamar histórico muito baixo ainda.
Outro dado ruim é a percepção dos consumidores sobre a situação atual financeira da família, que caiu 1,5% -para 100,7 pontos em maio, o menor patamar desde março de 2007.
"Há uma melhora, mas não significa otimismo. Não dá para dizer que o consumidor recuperou a confiança, pela avaliação que ele faz da situação financeira da família. Nesse quesito, a percepção dele sobre o mercado de trabalho, que não é boa, pesa bastante", afirmou.
Segundo a economista, o "consumidor vê uma melhora no ambiente econômico, mas não sente ainda no bolso" tal reação.
Bittencourt ressaltou ainda que a confiança do consumidor de menor renda (até R$ 2.100) demora a se recuperar. É que, de acordo com ela, essa classe foi abatida mais tardiamente pela crise internacional, diferentemente dos consumidores com maior renda, que sentiram mais rapidamente os efeitos da turbulência global.
A confiança do consumidor com renda de até R$ 2.100 recuou 2% de abril para maio. Desde outubro, acumula retração de 13,6%.
Já na outra ponta, a confiança dos que ganham mais -acima de R$ 9.600- subiu 3,7% na passagem de abril para maio. Desde outubro, porém, há uma queda acumulada de 10,5%.


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