São Paulo, sábado, 26 de junho de 2004

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SOB PRESSÃO

Gasolina sobe mais que o esperado; preço dos alimentos não recua

Fipe já prevê inflação de 0,80%

IVONE PORTES
DA FOLHA ONLINE

A continuidade da alta nos preços dos alimentos, principalmente dos produtos "in natura", e o aumento da gasolina nos postos acima do esperado elevaram mais uma vez a inflação do município de São Paulo.
Pesquisa da Fipe (Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas) mostra que os preços ao consumidor subiram em média 0,88% nos últimos 30 dias terminados em 22 de junho.
É a maior taxa registrada desde setembro. Na segunda quadrissemana de junho -30 dias terminados em 15 de junho-, o IPC (Índice de Preços ao Consumidor) havia registrado alta de 0,80%.
O avanço da taxa surpreendeu Paulo Picchetti, coordenador do IPC-Fipe, que aumentou de 0,62% para 0,80% a previsão de inflação para o mês de junho.
"Eu esperava uma reversão da alta dos preços dos alimentos, o que não ocorreu", afirmou.
Além disso, levantamento da Fipe aponta agora que a gasolina subiu em média 7,9% nas bombas. Até a semana passada, os cálculos do economista indicavam aumento médio de 4,5% no preço do produto nos postos de São Paulo.

Alimentos
Os alimentos vêm subindo desde o início de maio, devido a problemas de oferta dos produtos "in natura", que são os mais afetados por mudanças bruscas de clima. Na pesquisa mais recente da Fipe, os alimentos estão com alta de 1,46%, maior variação desde a divulgação da segunda semana de abril do ano passado.
Picchetti ressalta, porém, que a alta dos alimentos não é generalizada. Ou seja, não está se espalhando para diversos produtos. "Há um número pequeno de itens subindo muito, como é o caso do tomate", disse.
O preço do tomate, por exemplo, subiu 26,76% nos últimos 30 dias. Cebola e alface também tiveram aumentos significativos, de 27,59% e 16,38%, respectivamente.
Por outro lado, alguns produtos já indicam tendência de queda, o que pode levar o grupo alimentação a se estabilizar ou até mesmo reduzir o movimento de alta. É o caso do feijão e do arroz, que registram, respectivamente, quedas de 4% e 3% na ponta -na comparação entre esta semana e a anterior.

Combustíveis
Depois de alimentação, o item que mais pressionou a inflação foi o de transportes, que subiu 2,02%, por conta dos reajustes nos combustíveis. O índice da Fipe captou nos últimos 30 dias alta de 2,99% na gasolina e de 14,92% no álcool combustível.
A Petrobras anunciou no começo da semana passada um aumento de 10,8% para a gasolina nas refinarias e de 10,6% para o diesel.


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