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SOB PRESSÃO
Gasolina sobe mais que o esperado; preço dos alimentos não recua
Fipe já prevê inflação de 0,80%
IVONE PORTES
DA FOLHA ONLINE
A continuidade da alta nos
preços dos alimentos, principalmente dos produtos "in natura", e o aumento da gasolina nos
postos acima do esperado elevaram mais uma vez a inflação do
município de São Paulo.
Pesquisa da Fipe (Fundação
Instituto de Pesquisas Econômicas) mostra que os preços ao
consumidor subiram em média
0,88% nos últimos 30 dias terminados em 22 de junho.
É a maior taxa registrada desde setembro. Na segunda quadrissemana de junho -30 dias
terminados em 15 de junho-, o
IPC (Índice de Preços ao Consumidor) havia registrado alta de
0,80%.
O avanço da taxa surpreendeu
Paulo Picchetti, coordenador do
IPC-Fipe, que aumentou de
0,62% para 0,80% a previsão de
inflação para o mês de junho.
"Eu esperava uma reversão da
alta dos preços dos alimentos, o
que não ocorreu", afirmou.
Além disso, levantamento da
Fipe aponta agora que a gasolina subiu em média 7,9% nas
bombas. Até a semana passada,
os cálculos do economista indicavam aumento médio de 4,5%
no preço do produto nos postos
de São Paulo.
Alimentos
Os alimentos vêm subindo
desde o início de maio, devido a
problemas de oferta dos produtos "in natura", que são os mais
afetados por mudanças bruscas
de clima. Na pesquisa mais recente da Fipe, os alimentos estão com alta de 1,46%, maior variação desde a divulgação da segunda semana de abril do ano
passado.
Picchetti ressalta, porém, que
a alta dos alimentos não é generalizada. Ou seja, não está se espalhando para diversos produtos. "Há um número pequeno
de itens subindo muito, como é
o caso do tomate", disse.
O preço do tomate, por exemplo, subiu 26,76% nos últimos
30 dias. Cebola e alface também
tiveram aumentos significativos, de 27,59% e 16,38%, respectivamente.
Por outro lado, alguns produtos já indicam tendência de queda, o que pode levar o grupo alimentação a se estabilizar ou até
mesmo reduzir o movimento de
alta. É o caso do feijão e do arroz, que registram, respectivamente, quedas de 4% e 3% na
ponta -na comparação entre
esta semana e a anterior.
Combustíveis
Depois de alimentação, o item
que mais pressionou a inflação
foi o de transportes, que subiu
2,02%, por conta dos reajustes
nos combustíveis. O índice da
Fipe captou nos últimos 30 dias
alta de 2,99% na gasolina e de
14,92% no álcool combustível.
A Petrobras anunciou no começo da semana passada um
aumento de 10,8% para a gasolina nas refinarias e de 10,6% para
o diesel.
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