|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
DESEMPENHO
Motivos são estabilidade e metas mais apertadas
2004 foi melhor ano em bônus de executivos, mas 2005 deve piorar"
DA REPORTAGEM LOCAL
Concluído o prazo para pagamento de bônus e outros incentivos salariais a executivos, já pode
se afirmar que os valores médios
pagos relativos a 2004 bateram o
recorde de 2000 -ano em que gerentes, diretores e presidentes de
empresas tiveram o maior ganho
da história. Mas esse cenário não
deverá se repetir neste ano.
Os executivos recebem gordos
incentivos num mercado de poucos líderes: há quase 645 mil empresas atuantes nas áreas de indústria da transformação, instituições financeiras, construção e
serviços, segundo dados do IBGE
de 2002 coletados pela Folha. Nelas, trabalham 8,23 milhões de
pessoas. Nesse bolo de funcionários, há apenas 645 mil presidentes -um por companhia- e até
nove diretores (comercial, financeiro e marketing, entre outros)
Os rendimentos dos presidentes
atingiram uma média mensal em
abril de R$ 26,3 mil, segundo levantamento do Datafolha com
113 empresas privadas com mais
de cem funcionários.
Ao considerar o incentivo médio pago de 12 vezes o salário
mensal, de acordo com dados de
um levantamento do Hay Group
com 148 companhias e finalizado
no último mês, um presidente terá recebido em remuneração extra um montante de R$ 315,6 mil.
Logo abaixo na pirâmide corporativa, os diretores aparecem com
um volume bem mais tímido,
mas em crescimento. O número
de salários pagos como bonificação foi 4,8 vezes o recebido pelo
executivo ao mês, superior aos 4,4
do ano passado e aos de 2000
(4,7). Nessa conta podem entrar
os bônus ou a PLR (Participação
nos Lucros e Resultados).
Pelo mesmo cálculo aplicado,
um diretor comercial recebe ao
mês R$ 17,9 mil e terá ganho em
incentivos R$ 85,9 mil pelo desempenho de 2004.
Limites e previsões
Segundo Adilson Araujo Santos, gerente de informações do
Hay Group, grupos privados de
setores fortemente exportadores,
como siderurgia e petroquímica,
puxaram essa alta nos bônus pagos, o que contaminou quase toda
a indústria em 2004.
Dados da consultoria Economática mostram que, no ano passado, o lucro líquido de grupos
com ação em Bolsa de Valores
atingiu R$ 79,3 bilhões, o maior
da história. Dos 20 setores analisados, 13 tiveram resultado recorde. Em 2003, foram oito os setores
com lucros excepcionais.
O bom resultado financeiro,
com reflexo nas volumosas remunerações, pode não se sustentar
neste ano. Gerentes de consultorias da área explicam que, após
um período de bonanças, as metas das empresas tendem a ser
ainda mais agressivas e há uma
menor possibilidade de que o vigor anterior se repita.
"Às vezes fica difícil manter o
mesmo ritmo. A tendência é que
os valores caiam substancialmente neste ano, em parte pela possibilidade de uma expansão econômica menor", diz Fábio Mandarano, gerente-sênior de Gestão de
Capital Humano da Deloitte.
Texto Anterior: Do outro lado do balcão: Aos segurados, só resta esperar Próximo Texto: Tributos: Receita amplia prazo para demonstrativos Índice
|