São Paulo, segunda-feira, 26 de junho de 2006

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MERCADO ABERTO

Guilherme Barros @ - guilherme.barros@uol.com.br

Economista propõe meta de 4,25% para 2008

O governo poderia dar um sinal extremamente favorável para o mercado se o Conselho Monetário Nacional propusesse uma quase simbólica redução da meta de inflação de 2008 de 4,5% para 4,25%.
A proposta é do economista Octavio de Barros, diretor de pesquisa e estudos econômicos do Bradesco, e consta de comentário em uma das publicações do banco.
Segundo Barros, "o benefício seria muito grande do ponto de vista das expectativas e poderia ser uma pá de cal no ceticismo ainda reinante quanto aos compromissos do próximo governo, seja ele qual for, com políticas econômicas corretas".
O economista explica que somente governos efetivamente determinados e comprometidos com políticas econômicas adequadas -na parte fiscal e reconhecedores do papel de um BC autônomo- tomariam a decisão de reduzir um pouco a meta de inflação para 2008.
Barros considera, no entanto, que o mais provável mesmo é que a meta seja mantida em 4,5%, e reconhece que isso não significa que não haverá compromisso do governo com o bom senso na condução da política econômica.
"Longe disso, achamos apenas que se perderá uma estupenda oportunidade de se dar um passo adiante na direção de um país com bases mais sólidas para um crescimento sustentado mais alto que o atual", diz.
De acordo com o economista, uma das preocupações dos que por ventura são contra a redução da meta de inflação seria a amplitude dos choques que o Brasil está acostumado a enfrentar.
Segundo ele, o país melhorou muito nos últimos tempos em termos de fundamentos e isso reduz o risco de pressões cambiais e inflacionárias surpreendentes e indesejáveis decorrentes de choques externos ou de oferta.
Para Barros, "parece desprezível o risco de o BC ter que interromper o afrouxamento monetário em curso ou de ter que aumentar juros, como no passado, em crises até menos importantes do que aquela que conhecemos nessas últimas semanas, e, com isso, ter que implementar um juro real maior para atingir uma meta de inflação menor".

MILHAS DE CERÂMICA
A rede de revestimento cerâmico Portobello Shop descobriu uma maneira de fidelizar seus clientes com um programa de relacionamento que alavancou as vendas em mais de R$ 71 milhões no último ano: arquitetos e decoradores, clientes de suas 80 franquias, acumulam pontos e são premiados com viagens. O programa já é responsável por 58% do seu faturamento. A rede também desenvolveu um plano de expansão para abrir lojas compactas que, segundo o diretor, Juarez Leão, tem exatamente os mesmos serviços, mas com investimento reduzido.

SAÚDE
Pacote de benefícios na área de saúde é condição fundamental para atrair e reter os melhores profissionais do mercado, segundo pesquisa realizada pela Vidalink, empresa de gestão de benefícios de medicamentos, em parceira com a Deloitte. O estudo concluiu que praticamente a totalidade das empresas entrevistadas (98%) dispõe de planos de saúde. A pesquisa mostra também que 93% oferecem benefício com alimentação.

TECIDOS
O Dias dos Namorados, a queda da temperatura e a Copa do Mundo foram os responsáveis pela variação positiva das vendas do setor atacadista de tecidos. Nos primeiros 20 dias de junho, elas cresceram 5% em comparação a maio.

CIMENTO PURO
O nível de emprego da construção civil continua em alta no país. Em abril, foi registrada a quarta alta consecutiva de 2006, com expansão de 1,08% -mais de 15,5 mil vagas formais, segundo o SindusCon e a FGV Projetos. O presidente do sindicato, João Claudio Robusti, no entanto, se diz preocupado com o alto grau de informalidade no setor, devido à estimativa de 4,2 milhões de informais, "sem qualquer medida que estimule a formalidade".

MARACUJÁ
Para apaziguar os ânimos dos motoristas em colisões, a SulAmérica está lançando um cartão de visita que o segurado, se for culpado pelo acidente, entrega ao outro condutor. O cartão traz o número da apólice.

RECORDE BEM NUTRIDO
A Herbalife acaba de bater um novo recorde mundial. No primeiro trimestre deste ano, a empresa acumulou US$ 455,8 milhões em vendas líquidas. O Brasil ocupa a terceira posição mais importante, com um crescimento de 51,8% no primeiro trimestre. "Essa alta foi favorecida por questões cambiais e pelo crescimento do volume de vendas", diz Heneida Bini, diretora-geral da Herbalife no Brasil. A empresa é conhecida por seu método de venda direta e pelo marketing multinível. Com o foco voltado para a nutrição, a companhia, que trabalha com importados, deve começar a fabricar produtos no Brasil. Até 2007, serão dois itens produzidos em parceria com empresas locais.


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