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Decisão sobre juros dos EUA ameaça elevar turbulências
Fed deve elevar taxa básica no país para 5,25% ao ano
DA REPORTAGEM LOCAL
A reunião do Fed, o banco
central dos Estados Unidos, será o evento mais importante da
semana. Analistas e investidores esperam ansiosos pelo resultado do encontro.
A taxa básica de juros norte-americana está em 5% anuais.
A expectativa predominante é a
de que a taxa seja elevada para
5,25% anuais.
O Fomc (Comitê Federal de
Mercado Aberto do Fed, na sigla em inglês) se reunirá para
anunciar, na quinta-feira, como ficam os juros no país. Mais
do que a decisão em si, a nota
que o Fed costuma divulgar
após as reuniões, comentando
a decisão, é que deve mexer
com o mercado financeiro.
Além disso, nos próximos
dias haverá divulgação de índices de inflação ao consumidor
norte-americano, dados que
podem sacudir os negócios no
mercado internacional.
Desde o dia 10 de maio, quando aconteceu a última reunião
do Fed, o mercado financeiro
global vive um período de forte
turbulência. As Bolsas de Valores têm caído em diferentes
partes do mundo, com os investidores vendendo ações e comprando, principalmente, títulos
da dívida do Tesouro norte-americano.
Nesse cenário turbulento, os
países emergentes -como o
Brasil- são os que mais têm sofrido, com investidores vendendo seus ativos (como ações
e títulos da dívida).
A Bolsa de Valores de São
Paulo, por exemplo, divulgou
na semana passada que o saldo
mensal dos negócios de estrangeiros chegou ao dia 20 de junho negativo em R$ 2,29 bilhões. Em todo o mês de maio,
esse balanço havia ficado negativo em R$ 1,51 bilhão.
Como conseqüência, a Bovespa teve perdas acumuladas
de 17,4% entre o dia 9 de maio e
a última sexta-feira.
Mas há quem tenha sofrido
mais que o Brasil. A Turquia,
que já realizou uma elevação
extra de juros no começo deste
mês para tentar conter a fuga
de estrangeiros, anunciou na
sexta-feira que realizaria uma
reunião extraordinária de seu
Banco Central para discutir a
recente crise.
Na sexta, a Turquia já havia
tomado decisões que não mudaram muito o panorama negativo de seu mercado. Naquele
dia, além de comprar dólares,
anunciou a redução da alíquota
de imposto destinado a estrangeiros que operam no mercado
do país de 15% para 10%.
"Se na semana [passada] o
mercado ficou órfão de dados
econômicos dos EUA, na próxima [nesta] eles não faltarão.
Tem revisão do PIB, índice de
inflação de consumo (PCE),
que é o usado como parâmetro
para as decisões do Fed, além
da reunião do Fomc, que decidirá o rumo dos juros básicos
norte-americanos", afirma
Kelly Trentin, analista da corretora SLW. "Assim, fica muito
difícil traçar uma tendência para a semana, até porque a decisão do Fomc só sairá na quinta-feira", completa.
Na semana passada, com o
mercado internacional um
pouco menos turbulento, a Bovespa registrou valorização
acumulada de 0,76%.
"A ausência de dados importantes, tanto globais quanto locais, proporcionou uma semana mais tranqüila para Bolsa de
Valores de São Paulo. Com o
fundamento e os bons resultados corporativos prevalecendo,
o Ibovespa registrou leve recuperação, após acumular fortes
perdas nos últimos 40 dias",
avaliam os analistas da Link
Corretora.
"O principal foco da semana
será a decisão do Fed sobre a
nova taxa de juros dos EUA. A
expectativa do mercado é de
um aumento de 0,25 ponto percentual, no entanto não dá para
saber o quanto disso já está precificado", completa a Link.
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