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BNDES estuda participação acionária em usinas do rio Madeira, diz diretor do banco
DA SUCURSAL DO RIO
O BNDES (Banco Nacional
de Desenvolvimento Econômico e Social) poderá se tornar sócio das duas usinas do rio Madeira, de acordo com as condições de gestão e de rentabilidade do projeto, afirmou o diretor
de Infra-Estrutura do banco,
Wagner Bittencourt. Cada usina demandará investimentos
de cerca de R$ 10 bilhões.
O banco estuda financiar o
projeto em até 85% do seu custo, segundo o executivo.
Para aprovar o apoio, diz, o
BNDES aguarda o resultado do
leilão que definirá quais grupos
terão a concessão das usinas. Se
a licença ambiental sair neste
mês, o leilão deve acontecer em
setembro.
A estatal Furnas e a construtura Odebrecht já anunciaram
participarão na oferta. As duas
empresas idealizaram o projeto
e desenvolveram os estudos
técnicos e ambientais, com investimentos de R$ 150 milhões.
Wagner espera que até o final
do ano o financiamento para a
usina esteja aprovado.
"Já apresentamos quais são
as condições que, se solicitado,
o banco financiará o projeto",
disse Bittencourt.
Do plano decenal do governo
(2006-2011) de elevar a geração
de energia hidrelétrica em 31,2
mil MW, o BNDES já aprovou
15% do total em 2006 (4.539
MW). O banco espera chegar ao
final do ano com financiamentos a 27% do plano (3.792 MW).
O percentual pode subir para
37% se o empréstimo para as
usinas do rio Madeira sair.
Previstas para entrar em
operação em 2012, as usinas de
Santo Antonio (3.150 MW) e Jirau (3.300 MW) são apontadas
como indispensáveis para reduzir o risco de racionamento.
Atualmente, a capacidade
instalada de geração hidrelétrica do país é da ordem de 75 mil
MW. Cada 1.000 MW são suficientes para abastecer 20 mil
consumidores (indústrias, comércios e residências).
O diretor da área de energia
da Odebrecht, Henrique Valladares, disse que a companhia e
Furnas buscam sócios para o
projeto a fim de formar um
consórcio para disputar o leilão. Já está definido, diz, que a
participação de Furnas ficará
limitada a 49%, teto estabelecido pelo governo.
Segundo ele, os bancos Santander e Banif já constituíram
um fundo "private equity" para
atrair investidores interessados em participar acionariamente do empreendimento.
(PEDRO SOARES)
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