|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Países têm proposta alternativa para Doha
Latino-americanos e asiáticos oferecem mais concessões das nações em desenvolvimento que na proposta brasileira
Segundo a proposta, todos os membros da OMC precisam ceder terreno
nas negociações da Rodada Doha, sobre comércio global
DA ASSOCIATED PRESS
Um grupo de países latino-americanos e asiáticos membros da OMC (Organização
Mundial do Comércio) propôs
ontem um "meio-termo" nas
negociações para liberalizar o
comércio de produtos manufaturados -um sinal de que os
países em desenvolvimento podem estar se afastando do Brasil e da Índia.
A proposta, obtida pela Associated Press, pede mais concessões tanto dos países ricos
quanto dos pobres, como parte
dos esforços para se alcançar
um novo pacto comercial global, e surge poucos dias depois
que as negociações entre as
quatro maiores potências da
OMC sobre a eliminação de
barreiras às importações agrícolas e industriais fracassaram
na Alemanha.
Assinada por Chile, Colômbia, Costa Rica, Hong Kong,
México, Peru, Cingapura e Tailândia, a oferta abriria os mercados industriais no mundo em
desenvolvimento a uma maior
concorrência estrangeira do
que as propostas feitas na semana passada pelo Brasil e pela
Índia.
As duas potências emergentes foram duramente criticadas
pelos Estados Unidos e pela
União Européia por se recusarem a oferecer novas oportunidades de mercado para exportações de manufaturados. Os governos de Índia e Brasil atribuíram o impasse à relutância
dos Estados Unidos em reduzir
os bilhões de dólares que pagam anualmente em subsídios
agrícolas.
"Os prejuízos e ganhos cessantes associados ao fracasso
de congelar [a Rodada Doha]
superam em muito os custos de
um acordo, mesmo que imperfeito", disse a proposta dos oito
membros da OMC.
"Chegou a hora de todos os
membros mostrarem a flexibilidade necessária para concluir
as negociações até o início de
2008 no máximo", afirma o documento obtido pela agência de
notícias. "O tempo está se esgotando, por isso encorajamos
outros membros a demonstrarem suas próprias flexibilidades nos próximos dias."
Segundo a proposta, todos os
membros da OMC precisam
ceder terreno nas negociações
sobre comércio global. As negociações visam acrescentar bilhões de dólares à economia
mundial e tirar milhões de pessoas da pobreza por meio de
novos fluxos de comércio.
Os oito membros da OMC
disseram que sua oferta foi
"apresentada supondo um
equilíbrio geral entre todas as
áreas [da Rodada Doha], especialmente a agricultura".
A nova proposta se aproximaria mais das demandas americanas e européias, pedindo
que os países em desenvolvimento aceitem um número "na
faixa próxima de 20". Ela pede
que os países ricos vão além do
número de 10 que estão exigindo.
Sob a fórmula complexa usada pela OMC para determinar
os cortes de tarifas comerciais,
um número menor corresponde a cortes maiores e maior
acesso ao mercado para os exportadores.
Tradução de LUIZ ROBERTO
MENDES GONÇALVES
Texto Anterior: Focus: Mercado eleva para 4,3% a projeção do PIB Próximo Texto: Conselho do Banco Mundial aprova escolha de Zoellick para presidência Índice
|