São Paulo, quinta-feira, 26 de junho de 2008

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Maiores financeiras podem cortar 175 mil vagas até 2009

DA BLOOMBERG

As maiores empresas financeiras mundiais deverão fechar até 175 mil postos de trabalho até este período do ano que vem, em um momento em que o Citigroup e outros bancos demitem funcionários em meio à queda da receita e ao lançamento de bilhões em baixas contábeis, segundo empresas de recrutamento de executivos.
As financeiras anunciaram planos de cortar mais de 83 mil vagas desde julho do ano passado, segundo levantamento da reportagem. Com mais funcionários sendo afastados, as reduções deverão ultrapassar as causadas pela "bolha da internet", entre 2000 e 2003, quando as ações tecnológicas entraram em colapso, disseram as agências de recrutamento.
"O pior ainda está por vir", disse Russ Gerson, diretor da empresa de recrutamento Gerson Group. "Haverá contração de grande proporção, afetando todas as áreas do universo de operações de banco de investimento e em termos globais."
Os episódios de inadimplência e os casos de execução de hipoteca por falta de pagamento levaram empresas a ter quase US$ 400 bilhões em baixas contábeis e prejuízos com empréstimos. O Citigroup, maior banco dos EUA em ativos, anunciou mais de 13 mil demissões, cerca de 4% do quadro mundial. A folha de pagamento da empresa pode encolher mais, segundo o plano do banco de enxugar a divisão de transações e de banco de investimentos em 10%, disse uma pessoa familiarizada com a questão.
"Nos serviços financeiros, essa é a pior situação de que tenho lembrança", disse John Challenger, principal executivo da empresa de recolocação Challenger, Gray & Christmas. "Não há fluxo de negócios. Não é necessário tantas pessoas."
As fusões e aquisições somaram mais de US$ 1,5 trilhão neste ano, queda de 33% em relação a 2007, diz a Bloomberg.
De 2000 a 2003, o corte atingiu 17% dos empregos do setor bancário e de corretagem de Nova York, disse o Departamento de Estatística do Trabalho dos EUA. A nova rodada deve alcançar até 40%, disse Gary Goldstein, presidente do conselho administrativo da empresa de recrutamento para o setor financeiro Whitney Group.
"Elas vão acordar um dia e perceber que foram fundo demais e que agora esses negócios voltaram e elas não têm ninguém para tocá-los."
O Bear Stearns, de Nova York, está eliminando mais de 9.000 postos de trabalho (66% dos funcionários), após ser adquirido pelo JPMorgan Chase. O suíço UBS anunciou 7.000 demissões, e o Lehman Brothers cortou 6.300 vagas.


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