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Mercado Aberto
GUILHERME BARROS - guilherme.barros@grupofolha.com.br
Sobra de energia livre volta a subir em abril, afirma setor
As quedas sucessivas no consumo de eletricidade desde outubro, que provocaram o aumento da quantidade de energia ociosa no mercado, voltaram a assustar os grandes consumidores.
As sobras de energia entre os
consumidores livres, que, por
conta da crise, não estão conseguindo empregar toda a eletricidade que compraram de comercializadores no mercado livre, tiveram nova alta em abril.
O excedente disparou em dezembro, quando alcançou a
marca dos 1.024 MW, recuou
nos dois meses seguintes e agora volta a subir, chegando a 676
MW em abril (veja gráfico).
Marcelo Parodi, presidente
da Comerc Comercializadora,
calcula que em abril a sobra
correspondeu a 8% do consumo em todo o mercado livre e a
perda destes consumidores ficou em R$ 51,9 milhões.
Os consumidores, que vêm
há quase dois anos pedindo ao
governo a permissão para revender o excedente da eletricidade que compram, mas não
conseguem consumir, já estão
pensando em montar suas próprias comercializadoras.
A reivindicação, que cresceu
com a crise, é para que o Ministério de Minas e Energia regulamente a comercialização desse excedente. A legislação hoje
não permite a venda de energia
ociosa no mercado livre. Hoje, a
liquidação do que sobra é feita
por preço à vista, mais barato
do que sairia entre os consumidores se o governo regulamentasse a comercialização e não a
volta ao mercado pelo preço reduzido.
Cansados de esperar a decisão do governo, segundo Parodi, os consumidores procuram
alternativas, como montar suas
próprias comercializadoras para vender a energia entre empresas e plantas do seu grupo.
Hoje, empresas como CSN,
Votorantim e Vale, que são autoprodutoras, possuem suas
próprias comercializadoras para negociar sua produção e seu
excedente. O que está acontecendo agora é que os chamados
"consumidores puros", que não
são autoprodutores, pretendem criar filiais para vender o
que sobra, enquanto a regulamentação não acontece.
RECOMEÇO
O escritório Demarest e Almeida, que está atuando na
oferta de ações da MRV, aposta na retomada de fôlego no
mercado, depois de um período de congelamento provocado pela crise internacional. "O mercado ficou praticamente
um ano parado e agora a tendência é que fique mais seletivo e mais rigoroso do que era antes", diz Thiago Giantomassi, advogado do setor empresarial do Demarest. A operação de lançamento de ações da Visanet deve despertar
outras neste ano. Hoje, segundo Giantomassi, há cerca de
seis empresas com operações em andamento. Se comparado com os dois últimos anos, não é nada. A diferença é que
as companhias que estão na fila têm um perfil mais sólido.
"VERBO CRACKAR"
Lançado durante a crise
de 1929, o documentário
"São Paulo, a Symphonia
da Metrópole", que aborda as transformações de
uma cidade que acabava
de ser impactada por uma
crise, ganhou uma nova
trilha sonora para comemorar seus 80 anos, completados em meio às novas turbulências financeiras. A nova trilha, composta por Lívio Tragtenberg e Wilson Sukorski,
será executada ao vivo no
Theatro São Pedro, em
São Paulo, na próxima segunda-feira. O espetáculo
ganhou uma declamação
do poema "Verbo Crackar", de Oswald de Andrade, que faz referência ao
"crack" da Bolsa.
PÓS-CRISE
O livro "O Que Fazer Depois da Crise - A Contribuição do Desenvolvimentismo
Keynesiano" (editora Contexto) acaba de chegar às livrarias. Obra de João Paulo
de Almeida Magalhães, presidente do Centro de Estudos para o Desenvolvimento
do Conselho Regional de
Economia do RJ, traz como
proposta a reformulação do
paradigma econômico para
propiciar taxas de crescimento maiores ao país.
CAFEZINHO
A Santa Clara Participações adquiriu o Café Letícia,
a quinta maior indústria de
café de Minas Gerais. O grupo também entrou neste ano
no mercado de suco em pó,
com a compra de Frisco e
Tornado, marcas da Unilever. A Santa Clara pretende
investir R$ 60 milhões nos
negócios que adquiriu.
ENTRETENIMENTO
Depois do Casa Cor e do
Casa Office, João Dória lança no próximo dia 8 o Casa
Entretenimento. Será um
espaço de arquitetura, decoração e paisagismo para cinemas, teatros, bares e restaurantes. O evento será realizado de 18 de outubro a 22 de novembro no Jóquei Clube, em São Paulo.
INFRAVERMELHO
A Invel, fornecedora de
tecnologias para o setor de
saúde, acaba de entrar no
mercado de franquias. A estratégia faz parte de um plano de expansão da empresa
neste ano, quando completa
dez anos.
PERFUME
A marca Tania Bulhões
Perfumes prepara seu plano
de expansão, que começa em
agosto, com lojas em Campinas, São Paulo, Porto Alegre
e Rio. Há planos de levar a
marca aos EUA e a países da
América Latina.
OTIMISMO
O ministro da Fazenda,
Guido Mantega, almoça hoje, em São Paulo, com os
grandes empresários de varejo, em evento promovido
pelo IDV (Instituto para o
Desenvolvimento do Varejo). Os varejistas vão apresentar números positivos de
aumento das vendas e de
melhora do emprego.
CABO
O Sinstal (sindicato das
prestadoras de serviços às
teles) está assustado com a
suspensão da venda do
Speedy (banda larga da Telefônica) pela Anatel. Trabalhadores e empresários temem que a decisão desencadeie demissões em massa. As
prestadoras empregam cerca de 5.000 funcionários.
com JOANA CUNHA e MARINA GAZZONI
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