São Paulo, sexta-feira, 26 de junho de 2009

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Mercado Aberto

GUILHERME BARROS - guilherme.barros@grupofolha.com.br

Sobra de energia livre volta a subir em abril, afirma setor

As quedas sucessivas no consumo de eletricidade desde outubro, que provocaram o aumento da quantidade de energia ociosa no mercado, voltaram a assustar os grandes consumidores.
As sobras de energia entre os consumidores livres, que, por conta da crise, não estão conseguindo empregar toda a eletricidade que compraram de comercializadores no mercado livre, tiveram nova alta em abril.
O excedente disparou em dezembro, quando alcançou a marca dos 1.024 MW, recuou nos dois meses seguintes e agora volta a subir, chegando a 676 MW em abril (veja gráfico).
Marcelo Parodi, presidente da Comerc Comercializadora, calcula que em abril a sobra correspondeu a 8% do consumo em todo o mercado livre e a perda destes consumidores ficou em R$ 51,9 milhões.
Os consumidores, que vêm há quase dois anos pedindo ao governo a permissão para revender o excedente da eletricidade que compram, mas não conseguem consumir, já estão pensando em montar suas próprias comercializadoras.
A reivindicação, que cresceu com a crise, é para que o Ministério de Minas e Energia regulamente a comercialização desse excedente. A legislação hoje não permite a venda de energia ociosa no mercado livre. Hoje, a liquidação do que sobra é feita por preço à vista, mais barato do que sairia entre os consumidores se o governo regulamentasse a comercialização e não a volta ao mercado pelo preço reduzido.
Cansados de esperar a decisão do governo, segundo Parodi, os consumidores procuram alternativas, como montar suas próprias comercializadoras para vender a energia entre empresas e plantas do seu grupo.
Hoje, empresas como CSN, Votorantim e Vale, que são autoprodutoras, possuem suas próprias comercializadoras para negociar sua produção e seu excedente. O que está acontecendo agora é que os chamados "consumidores puros", que não são autoprodutores, pretendem criar filiais para vender o que sobra, enquanto a regulamentação não acontece.

RECOMEÇO
O escritório Demarest e Almeida, que está atuando na oferta de ações da MRV, aposta na retomada de fôlego no mercado, depois de um período de congelamento provocado pela crise internacional. "O mercado ficou praticamente um ano parado e agora a tendência é que fique mais seletivo e mais rigoroso do que era antes", diz Thiago Giantomassi, advogado do setor empresarial do Demarest. A operação de lançamento de ações da Visanet deve despertar outras neste ano. Hoje, segundo Giantomassi, há cerca de seis empresas com operações em andamento. Se comparado com os dois últimos anos, não é nada. A diferença é que as companhias que estão na fila têm um perfil mais sólido.

"VERBO CRACKAR"
Lançado durante a crise de 1929, o documentário "São Paulo, a Symphonia da Metrópole", que aborda as transformações de uma cidade que acabava de ser impactada por uma crise, ganhou uma nova trilha sonora para comemorar seus 80 anos, completados em meio às novas turbulências financeiras. A nova trilha, composta por Lívio Tragtenberg e Wilson Sukorski, será executada ao vivo no Theatro São Pedro, em São Paulo, na próxima segunda-feira. O espetáculo ganhou uma declamação do poema "Verbo Crackar", de Oswald de Andrade, que faz referência ao "crack" da Bolsa.

PÓS-CRISE
O livro "O Que Fazer Depois da Crise - A Contribuição do Desenvolvimentismo Keynesiano" (editora Contexto) acaba de chegar às livrarias. Obra de João Paulo de Almeida Magalhães, presidente do Centro de Estudos para o Desenvolvimento do Conselho Regional de Economia do RJ, traz como proposta a reformulação do paradigma econômico para propiciar taxas de crescimento maiores ao país.

CAFEZINHO
A Santa Clara Participações adquiriu o Café Letícia, a quinta maior indústria de café de Minas Gerais. O grupo também entrou neste ano no mercado de suco em pó, com a compra de Frisco e Tornado, marcas da Unilever. A Santa Clara pretende investir R$ 60 milhões nos negócios que adquiriu.

ENTRETENIMENTO
Depois do Casa Cor e do Casa Office, João Dória lança no próximo dia 8 o Casa Entretenimento. Será um espaço de arquitetura, decoração e paisagismo para cinemas, teatros, bares e restaurantes. O evento será realizado de 18 de outubro a 22 de novembro no Jóquei Clube, em São Paulo.

INFRAVERMELHO
A Invel, fornecedora de tecnologias para o setor de saúde, acaba de entrar no mercado de franquias. A estratégia faz parte de um plano de expansão da empresa neste ano, quando completa dez anos.

PERFUME
A marca Tania Bulhões Perfumes prepara seu plano de expansão, que começa em agosto, com lojas em Campinas, São Paulo, Porto Alegre e Rio. Há planos de levar a marca aos EUA e a países da América Latina.

OTIMISMO
O ministro da Fazenda, Guido Mantega, almoça hoje, em São Paulo, com os grandes empresários de varejo, em evento promovido pelo IDV (Instituto para o Desenvolvimento do Varejo). Os varejistas vão apresentar números positivos de aumento das vendas e de melhora do emprego.

CABO
O Sinstal (sindicato das prestadoras de serviços às teles) está assustado com a suspensão da venda do Speedy (banda larga da Telefônica) pela Anatel. Trabalhadores e empresários temem que a decisão desencadeie demissões em massa. As prestadoras empregam cerca de 5.000 funcionários.



com JOANA CUNHA e MARINA GAZZONI


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