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Usinas assinam acordo sobre corte de cana
Das 413 usinas do país, 309 aderem, de forma voluntária, a compromisso de melhoria de condições de trabalho
Sergio Lima/Folha Imagem
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Lula com cortadores de cana no lançamento de plano para melhorar condições de trabalho
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Das 413 usinas de açúcar e álcool do país, 309 assinaram ontem, de forma voluntária, o
compromisso nacional para a
melhoria das condições de trabalho no plantio e no corte da
cana-de-açúcar.
O termo foi lançado ontem
pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, após dez meses de
negociações entre governo, trabalhadores e empresários. As
usinas que aderiram ao compromisso terão, entre outros
pontos, de contratar diretamente os cortadores de cana,
ou seja, eliminando a terceirização desse tipo de mão de obra
e a consequente participação
dos "gatos", como são conhecidos os aliciadores de trabalho
degradante.
A partir de agora, aquelas que
aderiram serão fiscalizadas por
auditorias independentes. Em
troca, terão seus nomes incluídos numa lista de boas práticas
a ser divulgada pelo governo,
que, para vender o álcool do
país no exterior, precisa impedir que a imagem do setor seja
vinculada à prática de trabalho
degradante.
Coordenador da mesa de diálogo com trabalhadores e empresários, o ministro Luiz Dulci
(Secretaria Geral da Presidência) disse que, com as adesões
de ontem, que podem ser ampliadas a partir de agora, o compromisso "já tem seu êxito assegurado".
Em discurso diante de Lula e
de uma plateia na qual se misturaram bóia-frias e usineiros,
Marcos Jank, presidente da
Unica (União da Indústria da
Cana-de-Açúcar), disse que a
mesa de diálogo tripartite terá
de se preocupar agora com a
educação e a requalificação
desse trabalhadores, ante o rápido processo de mecanização
no setor da cana.
Alberto Broch, presidente da
Contag (Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura), elogiou o compromisso, mas cobrou dos usineiros
uma forma de incluir na pauta
o fornecimento da alimentação
aos trabalhadores.
A fala de Lula encerrou o
evento. Segundo ele, o termo
assinado representa um "novo
paradigma" tanto para usineiros como para empresários.
(EDUARDO SCOLESE E SIMONE IGLESIAS)
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