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MÁQUINAS
Desempenho registrado entre janeiro e maio foi o pior dos últimos dez anos; queda em relação a 97 foi de 1,6%
Indústria de bens de capital reduz vendas
ISABEL CLEMENTE
em São Paulo
O faturamento das indústrias de
bens de capital entre janeiro e
maio foi o pior dos últimos dez
anos, segundo a Abimaq (Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos).
Juntas, as empresas do setor
venderam US$ 6,2 bilhões, uma
queda de 1,6% em relação ao mesmo período do ano passado.
A Abimaq constatou que houve
uma redução de 2,5% no volume
de investimentos da indústria nacional na aquisição de máquinas e
equipamentos no período.
Nem o aumento das exportações, de 6,3%, compensou o desempenho do setor. Para Sérgio
Magalhães, presidente da Abimaq, os investimentos estão sendo adiados por conta da crise asiática.
"A indústria de base só investe
se tiver um horizonte de funcionamento, o que não acontece com
toda essa instabilidade. A máquina tem que operar para se pagar."
Desemprego
O resultado dessa freada nos investimentos foi a redução de 7.000
postos de trabalho, registrada nos
cinco primeiros meses do ano, segundo a Abimaq. Em maio, as indústrias de bens de capital estavam empregando 173 mil pessoas.
Ao divulgar o balanço do setor,
que inclui dados de 1.300 indústrias, Magalhães disse que a crise
asiática tem agravado as perdas
trazidas pela abertura comercial.
Trata-se de um fato, em parte,
relacionado com o desequilíbrio
fiscal a que ficam sujeitas as indústrias brasileiras, sobrecarregadas
por impostos em cascata.
O governo pretende resolver o
assunto com a reforma tributária.
A Abimaq diz que há soluções que
podem ser adotadas já, via medidas provisórias.
Reivindicando igualdade de
condições, Magalhães diz que não
são precisos subsídios para o segmento se tornar competitivo.
Apesar de não ter uma estatística, o presidente da Abimaq diz
que muitos fabricantes têm perdido concorrências internacionais
de empresas públicas brasileiras,
em setores onde têm alguma tradição, devido à carga fiscal.
Juros altos e câmbio sobrevalorizado, segundo o presidente da
associação, também prejudicam.
"Mas a estabilidade da economia é mais importante."
O crescimento verificado nas exportações de máquinas e equipamentos, segundo Magalhães, é
fruto do esforço feito pelo setor
em se tornar competitivo.
As vendas externas, que chegaram a US$ 4 bilhões em 97, cresceram quatro vezes nos últimos dez
anos, "mas poderia ter sido melhor". A perspectiva da Abimaq
para o segundo semestre é de uma
pequena reação.
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