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MERCADO FINANCEIRO
Efeito Rússia faz Bolsa de SP cair 3,32%
da Reportagem Local
As incertezas com relação à Rússia deprimiram os mercados internacionais de títulos da dívida externa, derrubando a Bolsa de Valores de São Paulo (fechou em baixa de 3,32%) e os preços dos contratos futuros na BM&F.
A nova valorização do dólar em
relação ao iene aumentou as expectativas de um aprofundamento
da crise asiática e afastou ainda
mais os investidores dos chamados mercados emergentes.
No início do dia, a Bolsa de Valores de São Paulo estava em alta,
animada com a melhoria de FHC
nas pesquisas eleitorais, com a vitória do governo com os cruzados
bloqueados e com a redução da taxa básica de juros de 21,75% ao
ano para 21%. O Banco Central interveio duas vezes e tomou dinheiro por um dia a 20,80% e a 20,75%
ao ano, sinalizando uma redução
ainda maior nos juros. A Bolsa
chegou a apresentar alta de 1,24%.
Foi no pregão eletrônico, das 13h
às 14h, que os preços das ações começaram a cair por causa do mercado de títulos da dívida externa.
Os temores de atraso na ajuda do
FMI à Rússia cresceram e foi divulgada a notícia de que as reservas internacionais do país caíram
de US$ 15,7 bilhões para US$ 14,7
bilhões entre os dias 12 e 19.
Os boatos sobre a venda de mais
eurobônus russos também deprimiram os mercados. Os US$ 2,5
bilhões de eurobônus vendidos recentemente já tiveram queda de
cerca de 5 pontos. A alta de juros
no Chile contribuiu para piorar o
cenário para os emergentes.
O título da dívida externa russa
chamado Principal despencou. A
diferença entre os juros pagos por
esse papel e pelos títulos do Tesouro dos EUA chegou a 1,40 ponto,
patamar maior do que na crise
asiática. Os C-bonds, da dívida externa brasileira, foram derrubados
junto, passando de 75% de seu valor de face para 73,5625%.
Os contratos futuros na BM&F,
que, após realização de lucros, estavam quase estáveis no início da
tarde, acabam afetados pelo pessimismo. Os contratos para vencimento em setembro fecharam
projetando juros de 23,62% ao ano
(22,97% anteontem).
O BC vendeu R$ 500 milhões de
títulos com correção cambial com
taxas médias de 12,40% ao ano. Os
bancos pagaram ágio de R$ 0,0034
por título, na média, para ficar
com os R$ 8 bilhões de títulos de
juros pós-fixados.
(CRISTIANE PERINI LUCCHESI)
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