São Paulo, Sábado, 26 de Junho de 1999
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MERCADO FINANCEIRO
Anúncio de déficit ajuda Bolsa a recuar

da Reportagem Local

O registro de déficit primário em maio, anunciado pelo governo federal ontem, contribuiu para a queda de 1,84% na Bolsa de Valores de São Paulo.
O governo registrou déficit primário (quando despesas são maiores que receitas, sem incluir os juros da dívida pública) de R$ 796 milhões em maio. Foi o primeiro resultado negativo em 99.
A Bolsa, que estava registrando alta de 0,85%, mudou de humor com a divulgação do resultado e chegou a registrar baixa de 2,46%.
O déficit provocou surpresa. Havia expectativa de um resultado melhor.
O nervosismo atingiu não só a Bolsa, mas também o câmbio.
Além do registro do déficit, o mercado acionário reagiu com cautela às notícias vindas da Colômbia. A moeda do país estaria sofrendo um ataque especulativo.
Apesar de a crise colombiana ter efeito reduzido no Brasil, ela poderia afugentar investidores externos do mercado latino-americano.
Há grande preocupação também com o "efeito dominó", ou seja, que a crise atinja outros países.
Segundo operadores, já era natural a tendência de venda de papéis na sexta-feira. O investidor vende a ação valorizada durante a semana e embolsa a lucratividade obtida no período. Assim, tem tempo de analisar o noticiário do fim-de-semana e refazer posições na segunda-feira.
Com vários papéis em baixa, a Bovespa registrou operações de compra no final do pregão e reduziu a queda.
O comportamento da Bovespa diferiu do apresentado em Nova York, que registrou alta de 0,17%, a primeira da semana.
No mercado de juros, houve um novo ajuste no DI (contratos futuros lastreados em depósitos financeiros). A taxa para julho (vencimento em agosto) passou de 20,77%, valor de anteontem, para 21,09%.
Segundo analistas, o ajuste é natural, pois as projeções foram feitas baseadas numa expectativa de juros de mercado de 20%. Como o Banco Central resolveu fixar a taxa em 21%, o investidor estaria apenas procurando se readequar.
Na semana que vem, o Fed (banco central dos EUA) decide se aumenta e em quanto os juros norte-americanos. Se a alta for de 0,25 ponto percentual, há esperança de que os juros brasileiros recuem para 20%. (MARCELO DIEGO)


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