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AGROPECUÁRIA
FHC anuncia R$ 13,1 bi para financiar setor e comemora recuo do desemprego; colheita 98/99 foi de 83 milhões de t
Presidente usa safra em discurso otimista
da Sucursal de Brasília
O presidente Fernando Henrique Cardoso comemorou ontem
"a retomada da atividade econômica", o recuo nos índices de desemprego e a safra recorde de 83
milhões de toneladas de grãos
anunciando uma série de medidas
de incentivo para a safra agrícola
de 1999/2000.
Logo após o anúncio da liberação
de R$ 13,1 bilhões para financiar a
safra, FHC disse que "a agricultura
é a chave" para combater o desemprego. Segundo ele, a safra histórica de grãos, apesar de ser um recorde, "não satisfaz". "Queremos
mais", afirmou.
Logo depois, completou: "Se iludem os que imaginam que o Brasil
vai marchar para uma situação
caótica, de falta de oportunidade
de trabalho e de falta de elã (entusiasmo) para o crescimento da
economia. É o contrário."
A safra deste ano superou em
2,64% a colheita de 81,06 milhões
de toneladas de 94/95, último recorde registrado. Para o ano que
vem (safra 99/2000), o governo
anunciou uma meta de colheita de
90 milhões de toneladas.
Dos recursos disponibilizados
para o financiamento da safra, R$
11 bilhões serão destinados para
custeio e comercialização da produção, e R$ 2,1 bilhões, para investimento.
No ano passado, foram aplicados
R$ 9,4 bilhões na agricultura.
Entre as medidas que serão adotadas para aumentar os recursos
disponíveis para o setor, o presidente anunciou a permissão para
que investidores estrangeiros operem no mercado futuro agrícola.
Nesse mercado, os agricultores
vendem parte de sua produção antecipadamente para tentar se proteger de variações bruscas nos preços agrícolas.
Hoje não é permitido que investidores não residentes no país realizem aplicações nesses mercados,
o que reduz o capital disponível
para o financiamento da safra. A
legislação do setor deverá ser alterada até o dia 31 de julho. "Isso é
muito importante para o produtor
rural", disse o presidente.
Fernando Henrique anunciou
também um reajuste de 7,2%, em
média, para os preços mínimos pelos quais o governo se compromete a comprar os produtos agrícolas
que não forem vendidos no mercado.
O ministro da Agricultura, Francisco Turra, disse que a medida visa "melhorar a sustentação do
mercado". O preço mínimo que
sofreu o maior reajuste foi o do algodão (14,2%).
Foi criada, ainda, uma linha de financiamento específica para produtores de leite adquirirem máquinas e equipamentos. Será destinado R$ 1 bilhão para o setor nos
próximos cinco anos. Em 1999, serão liberados R$ 200 milhões.
Mas o ministro Turra informou
que a alíquota do IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados) incidente sobre máquinas agrícolas,
que hoje é zero, voltará a subir a
partir de agosto.
Até o final do ano, a alíquota será
elevada mensalmente em um ponto percentual até atingir, em dezembro, a marca dos 5%.
Reativação
Fernando Henrique anunciou
que, com as medidas, o governo
está aceitando "parcialmente" as
demandas do setor. Ele afirmou
que determinou à Câmara de Comércio Exterior que estude a possibilidade de reduzir as alíquotas
dos fertilizantes.
"É nosso compromisso combater o desemprego. Assim como fizemos com o Plano Real, (...) agora
é um compromisso nacional de,
com a reativação da economia, fazer o combate à inflação em termos de um crescimento de produto que signifique também maior
oferta de empregos", afirmou o
presidente.
(WILLIAM FRANÇA E ISABEL VERSIANI)
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