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DEBATE
Desestruturação da economia em quatro anos é abordada em livro de Conceição Tavares
"FHC arruína país em tempo recorde"
da Reportagem Local
A economia do Brasil foi desmantelada em quatro anos e
meio, uma velocidade que só
perde para a observada na Rússia, que quebrou em três anos.
A avaliação foi feita pela economista Maria da Conceição Tavares durante o debate "Brasil: dois
pesos e duas medidas", realizado
anteontem no Fórum FNAC,
com a participação de Luiz Gonzaga Belluzzo, professor de economia da Unicamp.
O debate, promovido pela Folha, a Editora Record e a FNAC,
marcou o lançamento do livro de
Conceição Tavares, "Destruição
Não Criadora", que enfoca, entre
outras questões, a desindustrialização do país decorrente da
abertura às importações e suas
consequências sobre o nível de
emprego.
Para a economista, "a destruição" deve continuar nos próximos três anos e meio de mandato
do presidente Fernando Henrique Cardoso. "A dívida já ultrapassou o produto (Produto Interno Bruto, produção de riquezas do país) e isso não é sustentável", disse a economista e ex-deputada federal pelo PT do Rio de
Janeiro.
"Passamos de um modelo primário-exportador para primata-importador", disse Gonzaga Belluzzo, referindo-se à liberalização das importações sem a criação de salvaguardas para a indústria nacional.
Segundo o professor da Unicamp, o país ainda tem raio de
manobra. E citou os casos da
China e da Índia, que não foram
afetados pela crise financeira internacional porque não se comprometeram com a abertura do
mercado como o Brasil.
"Enquanto não houver controle de capitais não tem como impedir a volatilidade dos mercados financeiros", disse Belluzzo.
A saída para o país estaria. para
Conceição Tavares, em três medidas básicas. A primeira, seria
fazer "os ricos pagarem os impostos". Isso teria de ser realizado por meio de um plebiscito,
uma vez que a economista não
acredita que o atual Congresso
possa aprovar o imposto sobre
fortunas.
A segunda medida seria a adoção de políticas públicas voltadas
aos pobres, para corrigir a situação de miséria de boa parte da
população. Por fim, ela defende a
criação de um imposto sobre o
consumo aparente.
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