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GLOBALIZAÇÃO
Países em desenvolvimento dizem que não aceitarão rodada de negócios se ricos não reduzirem incentivos
Proposta acaba com subsídios agrícolas
DA REDAÇÃO
Os países em desenvolvimento,
reunidos em Genebra (Suíça),
afirmaram que vão recusar qualquer acordo sobre uma nova rodada de negócios, a menos que as
potências mundiais se comprometam com o fim dos subsídios
agrícolas. O Comitê de Agricultura da OMC (Organização Mundial de Comércio) encerrou ontem uma reunião de três dias, onde se debateram propostas para
reduzir os subsídios.
"O Brasil não pode aceitar uma
rodada com uma agenda limitada
sobre agricultura", disse o secretário de Produção e Comercialização do Ministério da Agricultura,
Pedro de Camargo Neto, que chefiou a comitiva brasileira.
Um grupo de 18 países (formado entre outros por Brasil, Austrália, Canadá e Indonésia) formulou uma proposta de corte de
subsídios. O texto foi enviado ao
Comitê de Agricultura da OMC.
Eles sugeriram reduzir imediatamente os subsídios para a exportação de aproximadamente
metade dos produtos. O restante
seria eliminado num prazo de três
anos para os países ricos e em seis
anos para os pobres.
Um outro grupo de países, entre
eles o Peru e a Venezuela, sugeriu
a redução de incentivos progressivamente, ao longo de três anos,
a partir do momento em que as
negociações se encerrarem. Mas
países ricos, como o Japão, disseram que em certas circunstâncias,
como condições climáticas adversas, o Estado precisa intervir, dando alguma ajuda para garantir o
abastecimento.
Segundo os países em desenvolvimento, apoiados por Canadá e
Austrália, os EUA e a União Européia querem centrar as discussões
em torno de produtos industrializados, caso haja uma nova rodada
sobre tarifas internacionais.
Para Camargo Neto, não se pode repetir o erro da Rodada Uruguai (1986-93). Segundo o negociador brasileiro, o resultado daquele acordo sobre tarifas acabou
beneficiando os países desenvolvidos. "Nós [os países em desenvolvimento" abrimos nossos mercados para eles. Mas eles mantiveram um injusto sistema de subsídios", afirmou
Ao contrários dos manifestantes antiglobalização, Camargo
Neto defendeu a liberalização
econômica. "Para todos os países
em desenvolvimento, a exportação de produtos agrícolas é fundamental para o progresso, para
combater a pobreza, criando empregos. Assim os países ricos terão mercados confiáveis para seus
produtos", afirmou o secretário.
"Os países desenvolvidos precisam entender isso."
Durante o encontro do G-8
(grupo dos sete países mais ricos
do mundo mais a Rússia), pouco
foi oferecido aos países em desenvolvimento. Os líderes defenderam a globalização como forma
de desenvolvimento, mas esses
mesmos países têm generosas políticas de incentivos aos seus produtores rurais.
Com agências internacionais
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