São Paulo, sexta-feira, 26 de julho de 2002

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AVIAÇÃO

As três companhias do grupo vão operar como se fossem apenas uma empresa

Varig decide integrar operações

PEDRO SOARES
DA SUCURSAL DO RIO

Para reduzir custos e aumentar a rentabilidade, o grupo Varig está integrando todas as operações de suas três companhias áreas -Varig, Rio Sul e Nordeste.
Com a reestruturação, as metas são elevar a ocupação dos aviões de 58% para 70% e ampliar a rentabilidade sobre o faturamento no longo prazo de 4% para 8%.
O objetivo de integrar as atividades das companhias é aproveitar melhor os aviões, as estruturas de aeroportos e o material humano. Demissões não estão descartadas, apesar de ainda não haver uma decisão sobre o assunto.
Com a operação, será possível, por exemplo, usar aviões da Varig em rotas da Rio Sul. Ou comprar bilhetes da Nordeste e voar pela Varig.
A Varig decidiu que devolverá 11 Boeing 737 até setembro. São aviões contratados por leasing com a americana GE, que não baixou o preços dos contratos, obrigando a Varig a devolvê-los.
O diretor de Planejamento da Varig, Alberto Fajerman, disse que isso não significa que o grupo -hoje com 111 aviões- terá um número menor de aeronaves voando. Segundo ele, está sendo feita uma adequação das rotas à procura por passagens.
A Varig também vai reduzir de nove para seis os vôos diários para a Argentina. Segundo a empresa, essa será, no curto prazo, a única alteração nas rotas, motivada pela redução nas vendas desde o agravamento da crise argentina.
"Não podemos ter nove vôos diários para Argentina nesse momento. Não há demanda para isso", disse Fajerman.

Capitalização
Em relação ao seu projeto de capitalização, a Varig nega que está pedindo um empréstimo-ponte ao BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) para se manter voando até conseguir fechar a operação.
O diretor de Relações com Investidores da Varig, Manoel Gudes, disse que quer que o banco participe dos negócios como sócio e atraindo investidores. Mas afirmou que um novo financiamento só aumentaria a já elevada dívida de US$ 900 milhões.
A Varig negocia uma participação do BNDES em seu aumento de capital, que visa reduzir o endividamento que estrangula o caixa da empresa. Do BNDES, devem vir até R$ 300 milhões. Ao todo, a operação deve chegar a R$ 1 bilhão -o que abateria pouco mais de 30% da dívida.



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