São Paulo, sexta-feira, 26 de julho de 2002

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Duhalde critica duramente declarações do FMI

DE BUENOS AIRES

O presidente argentino, Eduardo Duhalde, e o ministro da Economia, Roberto Lavagna, fizeram ontem duras críticas à vice-diretora-gerente do FMI (Fundo Monetário Internacional), Anne Krueger.
Pouco antes de viajar ao Equador, onde vai participar da reunião de cúpula dos países da América do Sul, Duhalde pediu "mais prudência" a Krueger, que havia dito no Brasil que o acordo de seu país com o FMI ainda estaria distante.
A declaração foi feita há três dias. Na ocasião, ainda estava na Argentina uma missão formada por quatro economistas estrangeiros "notáveis" indicados pelo Fundo para analisar a solução para os problemas do sistema financeiro local.
Duhalde disse que os economistas devem apresentar um relatório apenas na próxima semana e se disse confiante em um parecer positivo que permita o fechamento do acordo com a instituição em agosto.
Já o ministro Lavagna disse, em entrevista ao jornal "La Nación", que o Fundo havia se comprometido a não dar declarações negativas enquanto não conhecesse o parecer da comissão dos "notáveis".
"A função dos "notáveis" é dar conselhos a ambas as partes [para o FMI e para a Argentina". Por isso, não acredito que tenha sido um momento oportuno [para tais declarações"", afirmou o ministro.
Lavagna também disse que as restrições bancárias impostas pelo "corralito" (o bloqueio de depósitos criado pelo governo em dezembro de 2001) só poderão ser flexibilizadas como pede o Fundo quando houver uma solução definitiva para a fuga de dinheiro dos bancos por meio de processos judiciais.
Segundo ele, o decreto divulgado anteontem pelo governo argentino que adia até janeiro o pagamento de recursos liberados dos bancos pela Justiça é apenas uma solução "temporária" para o problema.
(JS)


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